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montesclaros.com - Ano 26 - sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Mulher e filha do atual ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha, tiveram os vistos de entrada nos Estados Unidos cancelados. O visto do ministro está vencido desde o ano passado

Sexta 15/08/25 - 14h18

Noticiado em S. Paulo e em Brasília, nesta tarde:



Nos Estados Unidos, o governo cancelou os vistos da esposa e da filha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A decisão foi comunicada nesta sexta-feira pelo Consulado-Geral norte-americano em São Paulo, que informou ter recebido novas informações indicando que elas não seriam mais elegíveis para o documento.

O ministro não foi afetado pela medida, pois seu visto já estava vencido desde o ano passado.


A decisão ocorre em meio a uma série de sanções impostas pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras ligadas ao programa Mais Médicos, criado em 2013, quando Padilha já chefiava a pasta da Saúde.


O governo americano considera o programa uma forma de exportação de mão de obra cubana.

Em nota, Alexandre Padilha criticou a decisão, classificando-a como injustificada, e defendeu a continuidade do Mais Médicos.

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15h43m, sexta-feira, da Agência Brasil:

EUA cancelam vistos da filha e da esposa do ministro Alexandre Padilha

País já revogou vistos de outros brasileiros ligados ao Mais Médicos

Andreia Verdélio e Paula Laboissière - Repórteres da Agência Brasil

Os Estados Unidos cancelaram, nesta sexta-feira (15), os vistos da esposa e da filha de 10 anos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Já o próprio ministro está com o visto vencido desde 2024, portanto, não é passível de cancelamento.

Nesta semana, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de funcionários do governo brasileiro ligados à implementação do programa Mais Médicos. Foram cancelados os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-assessor de Relações Internacionais da pasta e atual coordenador-geral para 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

Em comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, justifica que os servidores teriam contribuído para um "esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano" por meio do Mais Médicos.

Padilha também era ministro da Saúde quando o Mais Médicos foi criado, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2013. O programa atende regiões remotas e com escassez desses profissionais. De 2013 até 2018, médicos cubanos participaram do programa por meio de cooperação com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Após a sanção aos funcionários brasileiros, Padilha defendeu o programa que, segundo ele, “sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja”.

Exportação de médicos
Os EUA impõem, há mais de 60 anos, um duro bloqueio econômico à ilha caribenha com o objetivo de mudar o regime político do país, estabelecido após a Revolução de 1959. Como a exportação de médicos é uma das principais formas de Cuba conseguir recursos frente ao bloqueio, o governo de Donald Trump tenta, desde o início de seu segundo mandato, constranger os países que recebem profissionais cubanos.

O programa de cooperação cubano existe desde a década de 1960. Ao longo da história, 605 mil médicos cubanos atuaram em 165 nações. Países como Portugal, Ucrânia, Rússia e Espanha, Argélia e Chile já receberam médicos da ilha, segundo dados do Ministério da Saúde de Cuba.

No Brasil, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Mais Médicos mudou de nome – para Médicos pelo Brasil - e o acordo com a Opas foi encerrado. Em 2013, o programa foi reformulado e ampliado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, rebatizado como Mais Médicos, com prioridade para profissionais brasileiros e abertura de vagas para outras áreas de saúde, como dentistas, enfermeiros e assistentes sociais.

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