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Mensagem: Drama no Sul Manoel Hygino A já longa tragédia que se abateu sobre o Rio Grande do Sul nos deixa a todos em sofrimento, se é que somos um povo efetivamente irmão e solidário. Procurei transmitir os sentimentos de que me achava possuído, e me lembrei do nome de um velho tango argentino: “Sin palavras”. Como definir numa palavra única a dor que desabou amplamente pelo nosso estado mais ao Sul? Catástrofe talvez a mais indicada, porque corresponde a uma grande desgraça, lembrando que o profeta Jeremias expressou sua angústia com a destruição de Jerusalém pelo exército dos caldeus de Nabucodonosor, em 587 antes de Cristo. A descrição nos leva a ver diante dos olhos extensas regiões de terras gaúchas nos dias de abril e maio. A rua entulhada de destroços do Templo, dos prédios públicos e casas particulares. E, quando Jerusalém ficou deserta, o profeta Jeremias assentou-se a chorar e lançar gritos de dor, as chamadas Lamentações. O ministro Edson Fachin, gaúcho de nascimento, fez como Jeremias, expressando profunda preocupação com a situação catastrófica do estado, após visitar Porto Alegre e Canoas, ao lado de Lula e outras autoridades dos três poderes. Vice-presidente do STF, Fachin comparou o impacto da tragédia a uma “Bomba atômica” da natureza, ressaltando que o estado enfrenta uma crise humanitária, social, econômica e ambiental sem precedentes. Ele enfatizou a importância da cooperação entre todas as esferas do Judiciário e dos poderes, incluindo União, Estado e Municípios para enfrentar a situação crítica. Finalmente, destacou a urgência de implementar um regime jurídico emergencial, similar à época da pandemia, para lidar com os desafios decorrentes da catástrofe. Numerosas estradas estão fechadas ou interrompidas. O aeroporto Salgado Filho deve permanecer com atividades suspensas até o final de maio. A Abear informou, também, que os aeroportos das cidades de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Santo Antônio ainda estão operando, mas podem ser impactados pelas condições meteorológicas no estado, onde chove há vários dias. “A Abear se solidariza com a população do Rio Grande do Sul e, junto com as suas associadas, se mantém à disposição para contribuir com ações de logística para viabilizar o transporte de doações”. Mais de uma centena de mortos, o dobro de feridos e desaparecidos. As chuvas voltaram e o grande medo agora são dos que fazem saques e roubos nas áreas atingidas.
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