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Mensagem: O apelo de Maduro Manoel Hygino Fica-se imaginando o que serão as eleições na Venezuela, sobretudo porque a hora se aproxima e ninguém segura o tempo. O pleito será no apagar das luzes de julho próximo e ninguém sabe o que a ditadura de Nicolás Maduro poderá tramar até lá. Esse “negócio” de ocupar altos cargos públicos deve ser bom para os candidatos, caso contrário ninguém estaria tão disposto a disputá-los. No caso específico da Venezuela, a Coordenação Nacional, alinhada ao presidente, anunciou a inabilitação política de mais cinco opositores ao regime, o que dá ideia do tipo de democracia que se pratica no país ao Norte. Ao longo dos mais recentes meses e anos, Nicolás Maduro vai afastando sistematicamente todos aqueles que querem apresentar-se como candidatos. Nenhum dos que manifestaram desejo e propósito do ilustre titular do palácio, sobrou. Caracas é uma cidade que já foi muito boa para nela se morar. A lista já extensa de líderes que perderam o direito político antes do processo eleitoral vai-se avolumando e o nome de Maduro é o único intocável, por motivos óbvios. O episódio me desperta para o que aconteceu com Putin, o presidente da Rússia, que tem o mesmo desvelo pelos que pretendem o voto dos patrícios. Na recente eleição no país do Norte, Vladimir Putin pediu aos compatriotas que votassem para demonstrar patriotismo. Disse com a maior caradura: “Peço que compareçam para votar e expressem a sua posição cívica e patriótica, que votem no candidato de sua escolha, pelo futuro da nossa amada Rússia”, disse Putin em um discurso exibido pela televisão pública russa. “Participar nas eleições é demonstrar seus sentimentos patrióticos”, acrescentou Putin, candidato à reeleição. “Estou convencido de que compreendem o período difícil que o nosso país atravessa, os difíceis desafios que enfrentamos em praticamente todas as áreas”. Como se tinha certeza, o eleitorado atendeu ao pedido do titular do Kremlin. Será mais um mandato para o camarada Vladimir, que já deve estar sonhando com mais um período de governo, quanto terminar o que ainda sequer começou. Depreende-se que tanto no alto do mundo, bem no Norte, se tem igual voracidade de poder como no hemisfério Sul. O antecessor do atual mandatário venezuelano poderia melhor manifestar-se sobre o tema. Se não tivesse sido cerceado pelo câncer, que agora fere profundamente o Mujica no Uruguai, Hugo Chávez daria a resposta. Infelizmente, já partiu, há muito.
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