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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 5 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Esperando a paz Manoel Hygino Até por ser natural de Mariana, primeira capital de Minas, não deixa Danilo Gomes, um dos grandes cronistas e poetas deste nosso tempo, de lembrar-se dos amigos e colegas de faina na Imprensa, ele que desde a época que integrava a equipe do DIP de Getúlio Vargas servia ao Catete. Assim, não se aposenta de todo. Há pouco, por exemplo, enviou a seus privilegiados correspondentes o texto do artigo de 19 de dezembro do imortal José Sarney. A página exige leitura. O ex-chefe da nação evoca a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o mais importante documento publicado pela ONU, em 10 de dezembro de 1948, escrito por grandes personalidades como Austregésilo de Athayde, o canadense John Peters Humphrey, o libanês Charles Malik, o chinês P. C. Chang, e o francês René Cassin. O articulista ressalta: “Não é uma convenção e não tem efeito vinculante, de modo que ninguém a obedece. Se tivesse efeito vinculante, também não seria obedecida: nada é tão desrespeitado no mundo quanto o que dizem as Nações Unidas”. Em 1985, ele próprio, Sarney, encaminhou mensagem ao Congresso Nacional comunicando a adesão do Brasil ao Pacto de San José, em vigor desde 1978, a que não havíamos aderido. Em agosto daquele ano, Sarney assinada a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis ou Degradantes, hoje garantidos por força da Constituição. Observa ainda. “Para nós, cristãos, a História dos Direitos Humanos traz lembranças fundamentais nesse sentido. Não há dúvida sobre a mensagem de Jesus Cristo. Os catecúmenos, em Roma, seguiam para o martírio sem resistência: o exemplo do desfazimento do gesto de Pedro resistindo com a espada não podia ser mais claro. Mas a Europa cristã foi o modelo de barbáries, culminando com as cruzadas e as guerras de religião, em um fundo de discriminação, violência, ódio. O mesmo retrato pode ser feito o islamismo e o judaísmo: a paz que a palavra sagrada traz e destorcida para virar violência que não respeita nem as bárbaras “leis de guerra”. E, com a diferença da complexidade da fé no resto do mundo, a situação se repete universalmente. O ex-presidente escritor conclui seu precioso artigo, comentando com muita propriedade porque estamos entrando em novo tempo: “E, assim, por seu extraordinário efeito moral que a Declaração dos Direitos Humanos influencia a evolução da sociedade. É lenta, mas paulatinamente vai sendo seguida”. A violência - na guerra ou no crime comum -, a discriminação, a desigualdade de direitos recebem, cada vez mais, o repúdio universal. Haverá um dia em que a indústria de armas será substituída pelos gestos de Paz. E poderemos nos juntar aos anjos para cantar na chegada do Menino: “Glória a Deus nas alturas e Paz na terra entre as pessoas de boa vontade”.

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