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Mensagem: Mortes na Tijuca Manoel Hygino Muito mais que estarrecedor. Em apenas 27 segundos, três médicos participantes de um Congresso Internacional de Ortopedia foram sumariamente executados com mais de 30 tiros em um quiosque, na Barra da Tijuca, após os trabalhos do dia. O crime foi por volta de 1h, em frente ao Windsor Hotel, área nobre do bairro. Quatro médicos estavam sentados em uma mesa, quando três homens vestidos com roupas pretas desceram do outro lado da via, de um carro branco, e começaram a atirar. Outros clientes do estabelecimento fugiram velozmente. Dos quatro médicos, apenas um sobreviveu. A cobertura do trágico episódio foi ampla e envolveu todos os meios de comunicação, inclusive do exterior. As vítimas eram Marcos de Andrade Corsato, 62 anos; Diego Ralf de Souza Bomfim, 35; Perseu Ribeiro Almeida, 33; e Daniel Sonnewend Proença, 32, único sobrevivente, ferido na perna. Celulares das vítimas foram apreendidos para análise da perícia, encontrando-se uma última selfie de pouco antes do episódio, na qual os médicos estavam descontraídos e sorridentes durante a conversa. Foram 33 os tiros disparados. Recolhendo-se 33 estojos de pistola 9 MM no local. Quando as vítimas começaram a ser atendidas pela PM do Rio, já se encontravam lá aos cuidados por socorristas do Corpo de Bombeiros. Nenhum assassino foi localizado, evidentemente, nas imediações. Todos os tiros miraram a região do coração, reforçando a tese de execução. Duas vítimas eram de São Paulo e uma, Perseu Ribeiro Almeida, Bahia; o que se salvou é de Marília, SP. A explicação para a chacina é de que um dos profissionais da Medicina se parecia com um bandido que os chefões queriam eliminar. O experiente jornalista Luiz Carlos Azedo comentou: A ilegalidade tomou conta. “Jogou-se fora a experiência de ocupação dos territórios antes controlados pelo tráfico, com a água da bacia; esse espaço vem sendo ocupado pelas milícias, que praticam os mesmos crimes, em conluio com a banda podre da polícia. É uma economia paralela controlada por organizações criminosas”. Eu, contudo, prefiro perguntar como o fez Castro Alves, com referência aos médicos assassinados: “Deus, ó Deus, onde estás que não respondes? Em que mundo, em que estrela tu escondes, embuçado nos céus?”.
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