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Mensagem: Moscou e a fome Manoel Hygino Pelo que se deduz do amplo noticiário que se tem pelos meios de comunicação, a “operação especial” (este o apelido que Putin deu à guerra com a Ucrânia), movida pela Rússia há mais de 500 dias, se prolongará. Em conflitos assim, não haverá paz se uma das partes não quiser empunhar a bandeira branca. E pelo que se conhece do mandatário do Kremlin, não há perspectiva sequer de um armistício, a curto prazo. Enquanto Zelinski percorre vários países e pede ajuda ao Ocidente, seguem os confrontos à distância, como permite o maquinário bélico sem combates de infantaria e o corpo a corpo. O tempo de Napoleão está longe e perempto. A Polônia, entretanto, sofre com ameaça do Grupo Wagner, talvez impelido por Putin ou por Belarus. Mas a guerra que não é guerra, segundo Moscou, continua matando. Milhares já perderam a vida, os mercenários do Wagner estão em lugar incerto e não rigorosamente sabido, enquanto as espera sobre o uso ou não uso dos equipamentos de destruição fragmentar, cogitado pela Casa Branca. Mas a Rússia anuncia que não renovará sua participação no acordo que permitia à Ucrânia exportar grãos pelo Mar Negro. E a Ucrânia é um dos maiores produtores mundiais de girassol, milho, trigo e cevada para nações daquelas regiões ou do Norte da África. O fim do acordo pode levar à escassez de alimentos, produzidos na Ucrânia e ficarão parados nos portos de Odessa, Chornomorsk, e Yuzhny/Pivdennyi, no Mar Negro, o que equivale a mais de 32 milhões de toneladas de alimentos deixando de chegar aos mercados mundiais, principalmente a países que deles dependem. Em resumo: a Ucrânia sentirá profundamente a interrupção de fornecimento desses alimentos a seus tradicionais compradores, os preços continuarão subindo, como já ocorre, e países africanos e do Oriente Médio sofrerão a falta de comida. Mais gente morrendo. A África Oriental, que já enfrenta desafios com a seca e inundações e quando perdeu grandes quantidades de suas colheitas, agora vê 80% dos grãos exportados da Rússia e da Ucrânia desperdiçados. A guerra é uma prova de insânia, como se depreende. Como resultado, mais de 50 milhões enfrentam fome, enquanto os preços dos gêneros já aumentaram quase 40% neste ano. É questão mais do que de voracidade territorial de Moscou. Para os brasileiros, é burrice, simplesmente, ou insânia, como dito. A semana que passou não legou perspectivas alvissareiras. Mas, enfim, assim vive a humanidade estes momentos sombrios. A América Latina é exceção, porque tem problemas regionais próprios e até aqui incontornáveis. É uma pena.
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