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Mensagem: O crime sem peias Manoel Hygino Quem vê televisão diariamente, sobretudo durante as tardes, não mais se espanta ou se surpreende com o teor das notícias e das reportagens veiculadas. Trata-se de uma fonte inesgotável de crimes de toda a natureza, nas remotas localidades do interior ou nas mais ricas e prósperas cidades brasileiras, mesmo nas capitais. A despeito dos esclarecimentos oficiais sobre providências tomadas para conter o descalabro que se disseminou por todos os recantos, a situação é mais do que assustadora, porque se tornou um vendaval de crimes que não amaina. Autoridades, como de dever, esclarecem sobre medidas determinadas para conter o mal, sem produzir resultados positivos. Os crimes cortam a vida de crianças e idosos, de mulheres e homens, de pretos e brancos, de pessoas que vieram para as cidades maiores em busca de melhores condições de vida, mas não conseguem. Há os criminosos que se utilizam dos meios mais avançados de comunicação, mas também instrumentos modernos para eliminar a vida alheia, de avançar sobre os bens de pacatos integrantes da sociedade. Não se pode ignorar o sequestro de pessoas, o furto e o roubo em todos os locais em que vive um homem de bem procurando suster-se à família. Todos estão ameaçados, em qualquer lugar e hora. A vida está por um fio. Os jornais não dispõem mais de espaços para receber o fortíssimo noticiário das violências praticadas incessantemente. As páginas dos jornais são insuficientes para abrigar o sem número de ilegalidades e atrocidades cometidas, sendo impotentes ou insuficientes as ações de segurança adotadas. O cidadão brasileiro, o comércio legal, os pequenos e grandes, contribuintes ou não, estão esmagados pelas forças do mal, pelas organizações criminosas ou pelos assassinos solitários, sem falar nos débeis mentais inseridos na população. Até quando? Não há quem possa responder à pergunta. Na realidade, os bandidos continuam soltos, crescendo em número, formando-se novas quadrilhas integradas por novas gerações de brasileiros que deveriam e poderiam trabalhar e produzir. Não é o que acontece infelizmente. Até quando e como conseguiremos viver assim? Uma dolorosa indagação de uma sofrida população. O direito constitucional de ir e vir não mais existe entre nós. A bandidagem, em todas as suas modalidades e níveis, toma conta da situação, disseminando o medo e a morte.
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