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Mensagem: Pampulha projetada Manoel Hygino Belo Horizonte festeja os oitenta anos do complexo turístico da Pampulha, que é mais do que presentemente, mas foi algo com que sonhara Juscelino. Antes dele, o prefeito Otacílio Negrão de Lima cuidava de solucionar os problemas fundamentais da capital, como registrou o engenheiro Álvaro Andrade. No âmbito de “uma longa série de obras importantes, estava a represa da Pampulha, a ser utilizada, em tempo oportuno, como fonte de aprisionamento de água além de servir a prática de esportes aquáticos, inexistentes entre nós, pela ausência de uma massa líquida apropriada”. O engenheiro Henrique Novais foi contratado para elaborar os estudos à construção da represa, considerando as alternativas para localização da barragem, levando-se em conta um campo de aviação logo abaixo. Pensava-se com as várias captações de água projetadas inclusive com a resultante da lagoa que se formaria, atender a capital até o ano 1960. O que se conteria na Pampulha ficaria destinada exclusivamente ao atendimento daquela região. O planejamento para fins turísticos se ampliou. Como o jogo era livre, JK – ao assumir a PBH – também fez crescer seu projeto, fazendo-o grandioso. Então se ergueram os edifícios que foram o conjunto arquitetônico, agora patrimônio da humanidade, por decisão da UNESCO. O funcionamento de tudo aquilo, para o que contribuíram as maiores expressões das artes e da arquitetura do Brasil, a começar por Oscar Niemeyer, atraía gente de todo o Brasil e mesmo do exterior. A capital mineira passou a gozar de fama maior até do que Petrópolis, com o Hotel Quitandinha. Artistas de cinema vieram até aqui, cantores se apresentavam no Cassino, a fina flor da sociedade, como então se dizia, comparecia às programações luxuosas, permitindo que alguns intérpretes se apresentassem para o povão no Paissandu, um grande auditório construído junto à Feira Permanente e de Amostras, onde estão hoje a Rodoviária e seus anexos. Belo tempo, com personalidades percorrendo as ruas da capital e participando de um período áureo. Mas chegou ao Catete o novo presidente da República, cuja esposa o obrigou a proibir a jogatina. E, em 1954, estourou a barragem da Pampulha.
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