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Mensagem: Ninguém esquece Manoel Hygino No último dia 27, penúltimo de fevereiro, Paris foi cenário de uma solenidade incomparável. A FIFA, entidade maior do futebol internacional, homenageou os que mais se destacaram e mereceram consagração durante 2022. Se Messi, mais uma vez, recebeu o troféu principal, por sua condição de melhor jogador do mundo na temporada 2021/22, dando ênfase aos argentinos que conquistaram a Copa do Mundo, não se esqueceu Pelé, falecido em dezembro. Ronaldo Fenômeno lembrou-lhe a carreira como jogador singular entre as quatro linhas, “servindo de inspiração para ele e para o futebol”. A empresária Marcia Aoki, esposa de Pelé, em lágrimas durante a solenidade, discursou em inglês sobre o marido: “É uma honra estar aqui, neste tributo da FIFA ao Édson Arantes, o Pele´. Tenho algumas palavras para dizer. Deus nos deu o Édson, e o Édson nos deu Pelé. E o mundo tão bem recebeu ambos. Essas são as palavras que tenho de agradecimento”. Mineiro do Noroeste do estado, terra fértil e benfazeja, o advogado Napoleão Valadares, residente em Brasília, escritor conceituado e membro de atuantes e prestigiadas entidades literárias e culturais, um dos fundadores da ANE-Associação Nacional dos Escritores, não perde o ensejo também de, em poema inspirado e oportuno, lembrar o conterrâneo lá do Sul, de Três Corações. “Parte agora o grande atleta, talvez vibrando, talvez sorrindo, como outras vezes ele partiu para o abraço depois do seu gol de placa. Jogou com bola de meia, cabeceou vida certeira, fintando todos os vícios e amortecendo no peito os conselhos de Dondinho. Titular de quatro copas, de três delas campeão, da Seleção artilheiro, rei e cidadão do mundo, teve sete bolas de ouro. Dos homens o mais famoso, com mil, duzentos e oitenta e três gols, ninguém chegou a seus pés, somente a bola, a menina dos seus olhos. Como goleador sem par e o jogador mais completo que pisou nesses gramados, colecionou mil troféus e foi o atleta do século. São Pedro, sabendo disso, convocou-o para o Céu, e ele respondeu de pronto: “Já vou. E começo aqui e agora a minha arrancada.” Voz grave, pedindo a bola, recebeu um lançamento disparando pelo espaço, driblou Mercúrio três vezes e deixou Vênus pra trás. Bateu a mão para a Terra, jogou beijo para a Lua, avançou, passou por Marte, aplicou fintas em Júpiter, saindo pela direita. Num passe para Garrincha, deslocou-se para o meio, tabelando com Didi, fez uma ginga e passou entre Saturno e Urano. Desviou-se de Netuno, deu um chapéu em Plutão, chutou, balançou a rede e saltou, sem gravidade, abraçando o infinito.
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