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Mensagem: 8 de janeiro Manoel Hygino No domingo, 8 de janeiro, o mundo viu (porque as televisões mostraram a todo o planeta) cenas que não se quereria porque o Brasil constava como nação civilizada, além da maior do hemisfério sul-americano. A invasão das sedes dos três poderes em Brasília foi algo quase inacreditável, que nos retroage à invasão dos bárbaros na Europa. O que aconteceu encontra dificuldades para descrições à altura, dadas as cenas de desapreço a bens altamente valiosos ao Brasil. Os estragos então perpetrados por seres humanos se comparam aos males causados por terremotos, incêndio e dilúvios, funestas desgraças que pudesse a imaginação conceber. O ocorrido naquela tarde dominical foi prova convincente da crueldade e extensão das devastações como a dos bárbaros. Uma espécie de profunda noite envolveu a capital da República, glória e honra dos brasileiros, mundialmente reconhecida e admirada. E todo o projeto destruidor foi minuciosamente elaborado e discutido, antes de posto em prática. Um crime hediondo cuidadosamente urdido e consumado, com a participação de milhares de pessoas, agentes robôs de mandantes criminosos. Baltazar Garzón, juiz espanhol que condenou à prisão Augusto Pinochet e a 640 anos o argentino Scilingo, dos voos da morte, a maldita Operação Condor, em entrevista a jornal brasileiro, observou com propriedade: “Não foi algo casual, nem espontâneo. É preciso chegar até o fim nas investigações e sancionar os autores intelectuais, assim como àqueles que financiaram esses atos violentos, de terrorismo e de graves atentados. Foi um verdadeiro atentado à democracia, um golpe de Estado que deve ser severamente condenado como tal”. Garzón também declara: “Os problemas que enfrentamos são complexos, e as soluções também serão. Creio que os progressistas não devem minimizar o crescimento da ultradireita, pois, ao fazê-lo, podemos nos deparar com acontecimentos como o de 8 de janeiro, em Brasília. Colocaremos em risco a democracia se permanecermos indiferentes a esse fenômeno”.
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