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Mensagem: Números espantosos Manoel Hygino O Brasil amigo e cordial, que atraía pessoas de todo o mundo para conhecê-lo, não existe mais. A onda de violência que invadiu todos os estados, as capitais e cidades de maior dimensão geográfica e populacional, tanto quanto os menores distribuídos por todo o território, foram contaminados pela intolerância, pela bandidagem, pela violência, flagrante nos veículos de comunicação. Embora esforços das autoridades, resultados positivos em favor da tranquilidade e da paz que deveria gerar convivência saudável entre seres humanos, não produziram bons frutos. É o que dizem as estatísticas, que realmente não deixam mentir. Nossas cadeias e todo o tipo de presídio estão cheias de detidos e prisioneiros, passando por violação massiva de direitos, como se sabe. Mas milhares de outros infratores estão soltos, pelas ruas, praticamente impedindo a ir e vir dos cidadãos de bem, um fundamento da democracia. Instrumentos foram criados nas últimas décadas, como lei Maria da Penha e antidrogas. No entanto, mulheres seguem vítimas de toda sorte de sevícias, sem se conseguir sequer amenizar o quadro ignóbil a que assistimos. Permanece uma situação de violação massiva e generalizada de direitos fundamentais que afeta um número enorme de pessoas. Quanto às drogas, bastaria acompanhar por jornais, rádios e televisões a imensidão de toneladas, desde a maconha à cocaína e heroína, que circulam por nossas rodovias, portos e aeroportos, diariamente, sem que os vigilantes da lei consigam apreendê-las, sequer intimidar os criminosos, que agem em escala internacional. Que fazer? Como fazer? Quem se der ao cuidado de recorrer aos números da delinquência e do crime em escala internacional, constatará que estamos em posição de destaque, ocupando os lugares principais em assaltos, roubos, sequestros, homicídios, feminicídios, sem que se alcancem os objetivos colimados. Até quando? Em 1992, época de Carandiru, o Brasil contabilizava 114,3 mil detentos, segundo órgão oficial federal. Quase 30 anos após, em dezembro de 2021, eram 835.643 pessoas com algum tipo de restrição de liberdade, isto é, 0,5% da população adulta. E a situação piorou.
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