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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 2 de novembro de 2024
 

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Mensagem: A nova chance Manoel Hygino O desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, que goza do privilégio de excelente memória, lembrou fato de junho de 1981, em sua cidade natal, São João del-Rei. Era o feriado de Corpus Christi, e o então senador Tancredo Neves recebeu o ex-presidente Jânio Quadros para um almoço no Solar dos Neves. O hoje magistrado estava atento, estudava Direito, captou as conversas e guarda as palavras até hoje. Houve o almoço e, após, enquanto se bebia um saboroso licor, os presentes se manifestavam, satisfeitos. O presidente perguntou ao anfitrião: “Se lhe fosse dado escolher outra época para ter nascido, qual escolheria”? Tancredo respondeu, sem titubear: “Em Paris na Belle Époque!´ Ao que Jânio retrucou, com seu português castiço: ´Eu quisera ter nascido na Grécia, ao tempo de Platão”. E cada qual justificou sua preferência. O jovem que ainda completaria 20 anos em 8 de setembro, tudo escutava boquiaberto. Já andava lendo Platão, A República, para a disciplina Teoria Geral do Estado. A excêntrica aula, naquele princípio de tarde fria, em São João del-Rei, ele não esqueceu jamais... Que diriam os sucessores de Jânio e Tancredo, agora que estamos em outro século e tantos foram os que passaram pela chefia da nação? Não conseguiram ele – Jânio e Tancredo, concluir os seus mandatos. Como foram difíceis estes períodos que fluíram do feriado religioso em São João del-Rei ao do bicentenário da Independência, em 7 de setembro vindouro. Os dirigentes dos destinos nacionais neste ínterim têm sido marcados por acontecimentos múltiplos, muitos dos quais dramáticos. Poderiam ser piores, afirmaram alguns, mas os que passaram pela gestão dos negócios públicos, visando encontrar saídas para os desafios, talvez não tivessem ocasião para decidir onde viverem alegres momentos em algum lugar do mundo. As eleições de agora nos abrem uma oportunidade nova para escolher um presidente da República. Eis uma nova chance para eleger quem se sinta disposto a enfrentar a incúria, a corrupção, a incompetência que ainda vicejam ou dominam a máquina administrativa.

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