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Mensagem: A esperança do 5G Manoel Hygino Um carnaval, dos mais quentes, tem sido o lançamento do 5G no Brasil, como deve ter acontecido nos demais países. Em primeiro lugar, porque os homens amam a novidade, sobretudo quando vem envolvida em boas expectativas. O homem comum deste país inventado por Cabral e seus companheiros de expedição pelo Atlântico, diante da farta publicidade em todos os meios de comunicação, fica olhando para os postes das ruas na tentativa de identificação de algum sinal do 5G. Os jornais cá da terra dão ênfase à importância da tecnologia, a quinta geração da internet que já se vai disseminando Brasil adentro e que constitui uma espécie de milagre. Beneficiará milhões de pessoas e acenderá uma lâmpada de esperança para as famílias e o empresariado. Cinco capitais já receberam a novidade: Brasília, Porto Alegre, João Pessoa, Belo Horizonte e São Paulo. A Anatel espera que a cobertura chegue em breve ao Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador e Goiânia, mas ainda não definição de datas. Para ativação do sinal nessas capitais, as operadoras deverão disponibilizar uma estação a cada 100 mil habitantes. Até julho de 2024, todas as capitais e o Distrito Federal terão que chegar à taxa de uma antena a cada 30 mil habitantes. No entanto, entra em cena o IBGE, um instituto oficial que tem o dever de só dizer e divulgar a verdade, nada mais que a verdade. Este organismo federal adverte que cerca de 40milhões de brasileiros não terão acesso à internet. Deveras? Verdade! Quarenta milhões de pessoas deste território correspondente ao somatório dos habitantes de países como Austrália, Canadá e Portugal, em três recantos distantes do planeta. Vale observar que esse número por aqui está eliminado, de princípio, a ter benefício algum da nova tecnologia, permanecendo do jeito que vive. Ao Deus-dará. Deste jeito e maneira, expressivo contingente de nascidos ou habitantes desta República federativa ficará distante do 5G e dos benefícios que ele trará. Para muitíssimos, contudo, é preferível um prato de feijão e arroz, com as verduras que possam chegar ao prato. Nem falar em leite, evidentemente. E a lei dos homens e da sociedade. Quem tem algo, adquire mais. Quem nada tem, permanece na expectativa quase sempre sombria de dias melhores. E haja esperança, que é outro alimento dos pobres e mais humildes.
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