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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Discurso ainda válido Fujo ao tema comum no noticiário dos jornais: de política, que vai tomando conta de espaços crescentes à medida que se aproxima outubro. E já estamos na segunda metade deste ano muito significativo para o Brasil, isto é, para cada um de nós, e para todos nós. Preferi lembrar a posse do desembargador José Fernandes Filho, tão caro a todos os mineiros, na cadeira nº 24, da Academia Mineira de Letras, de que foi fundador o escritor João Lúcio e pela qual passaram Cláudio Brandão, Henrique de Resende, Sylvio Miraglia e Eduardo Almeida Reis, de quem tanta falta ainda sentimos. Saudou o novo acadêmico, naquela noite em que os mineiros festejaram o São João, Patrus Ananias, ocupante da cadeira nº 29. Foi uma noite memorável, com o auditório Vivaldi Moreira tomado por ilustres figuras de nossa sociedade, do mundo jurídico, dos meios políticos, dando uma ideia muito segura do prestígio do empossante no sodalício presidido por Rogério Faria Tavares. Vou restringir-me ao discurso de saudação pronunciado por Patrus, lembrando a posse de José Fernandes Filho na Secretaria de Estado da Educação, em plena vigência do regime militar. Fernandes advertiu para as graves responsabilidades de um gestor de educação no país. Constituía uma excelente síntese das reflexões sobre educação no Brasil, de Anísio Teixeira e Paulo Freire. Disse ele: “O apelo e o desafio que temos de responder começam pela indagação acerca do quanto e do como podemos dar ao desenvolvimento social, econômico e político do nosso meio e de nossa Pátria. Então, o sistema educacional a ter vigor, há de ir além da mera transmissão de conhecimentos através de programas não raro tão belos quanto irreais. Educar, hoje, é, ao mesmo tempo, conscientizar e construir pessoas. Importa, antes de tudo, manter, despertar e suscitar a exercitação do espírito crítico. Não tem sentido a redução do educador à condição de máquina produtora de textos ou mera repetidora de palavras. O educador tem de analisar, escutando e perscrutando. Ao educar e para educar, deve o mestre educar-se. Mestre que não vejo só na sala de aula, no laboratório, na direção de equipes de vários gêneros, mas onde quer que lhe for atribuída parcela, por mínima que seja, de responsabilidade na condução do processo pedagógico. O pedagogo recebe lições daquele ou daqueles a que lhe cumpre ensinar. Há uma pedagogia que se acha ou que se irá descobrir no educando. Consciente disso, o educador questiona a si próprio, suas teorias, seu saber e seu como saber e transmitir. Ensinando, aprende, aprendendo, ensina...”.

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