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Mensagem: Guerra é guerra Manoel Hygino Pedro Rogério Moreira, jornalista, escritor, membro da Academia Mineira de Letras, em que sucedeu ao pai Vivaldi, presidente perpétuo do sodalício, não para de publicar, o que é um alimento constante para seus vorazes leitores. Agora, editou “Eduardo Frieiro, pelo buraco da fechadura”, uma saparata da Revista da AML, volume LXXX. Coincidentemente, a publicação se dá no período em que ainda nos encontramos abalados com a morte de Bruno Araújo Pereira, o indigenista, e do jornalista Dom Phillips, inglês, numa armadilha na perigosa região do Javari, como noticiam veículos de comunicação de todo o mundo civilizado. Chamo a atenção do detalhe porque Pedro Rogério foi correspondente da TV Globo na Amazônia, por muitos anos e permanece vivo e atuante. O mineiro não temeu porque é imortal, certamente. Daí, ter escolhido Eduardo Frieiro, da Zona da Mata, protagonista de várias e comentadíssimas críticas pela Imprensa de Belo Horizonte. Frieiro não tinha medo. Cresceu de tipógrafo do “Minas”, órgão oficial do governo mineiro, subindo corajosamente todos os degraus da carreira. Preencheu páginas e páginas de cadernos escolares, formando um diário pessoal, a que ateou fogo, até porque era nitroglicerina pura. Não descansou e partiu para um novo Diário, no qual se baseou Pedro Rogério para a separata de agora, “para atingir seus alvos prediletos: literatura e homens públicos”. Nele, o filho de Vivaldi escreveu o seguinte trecho: “Em 6 de novembro de 1942, o médico psiquiatra Lopes Rodrigues, conhecido por sua idiossincrática personalidade, convidou Frieiro a ser um dos signatários da homenagem a Dom Cabral ao ensejo do jubileu episcopal do arcebispo de Belo Horizonte. Frieiro, educadamente, respondeu que não era uma boa ideia, pois se considerava irreligioso. Lopes Rodrigues insiste, e relata a Frieiro, na presença de várias pessoas, que visava muito amiúde o arcebispo; que Dom Cabral era “um conservador adorável”, e que os dois, “cada um com seu charuto à boca, refestelados em cômodas poltronas”, davam-se a jogos de espírito, “juízos sagazes, anedotas engraçadas, em que o prelado levava sempre a melhor”. Frieiro não se convenceu. Então, Lopes Rodrigues foi ao pé do ouvido de Frieiro e soprou-lhe, para os circunstantes não ouvirem: - Dom Cabral é ateu como nós. E Frieiro, incontinenti: - Se é assim, pode deixar o meu nome.
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