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Mensagem: A transparência do poder Manoel Hygino Pobre não ganha eleição, primeiramente porque não vota. Imagine se os mais de 11 milhões de desempregados no país e os que não percebem sequer o salário-miséria pudessem depositar seu voto na urna! Aí, seria um Deus nos acuda. Mas a grande parcela destes sequer dispõe de um título eleitoral. Segundo pulicou o jurista Sacha Calmon, a parcela de pobres nas estatísticas deste ano demonstrará que os temos em quantidade maior do que há dez anos atrás. Quer dizer, em última hipótese, que estamos andando em marcha a ré. Em verdade, todos sabem ou pelo menos deveríamos saber, que a terra descoberta por Cabral, como consta da carta de Pero Vaz Caminha, é agora o décimo-quarto país que mais arrecada em termos de impostos no mundo, mas é o último que melhor aplica dinheiro em beneficio da população, que elegerá um novo presidente em outubro. É doloroso constatar e registrar. Algumas empresas estão tentando minimizar este quadro cruel, inclusive não cobrando impostos do consumidor pelo menos um dia por ano. Evidentemente, já constitui algo que se deve destacar com alegria no cenário de insensibilidade e omissão de alguns que estão no poder e só praticam a lição inserida no “Otelo”, de Shakespeare: “Ponham dinheiro no bolso”. O mal é que a receita não tem validade maior, porque grande percentual de pessoas sequer pode ir aos balcões de comercio porque não contam com quantia indispensável às compras. As filas dos que enfrentam o frio da semana para angariar uma marmita com alimentos não é fantasia. É a realidade nua e crua. A qualidade de vida piorou, os segmentos de paupérrimos se ampliaram e as dificuldades ainda são crescentes. Quem suportará mais? O veterano jornalista Luiz Carlos Azedo lembrou que Maquiavel já advertia que os principados só cuidavam de meditar sobre esta verdade, quando os governos tinham de passar da ordem civil para um governo absoluto. De um modo geral, o ser humano não mudou muito e não é, cá entre nós, evolução favorável. Os próprios dados oficiais apontam para um aumento de número de empregados de carteira assinada, o que é um consolo, mas se observa que os informais estão na casa de 40 por cento da população. O governo que assumirá, no ano que vem, vai ter de trabalhar muito para ajudar a situação.
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