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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: ÉPOCA DE FRIO EXTREMO E AS ALTERAÇÕES NAS ÁGUAS DE CONSUMO Os noticiários vêm anunciando as “ondas de frio” que ocorrerão nesse Outono na região Sudeste. Olha, ainda não chegamos ao Inverno do São João! Falam em erupção polar do século – ainda nada confirmado. Porém, em algumas regiões do Brasil já nevam precocemente com base nos históricos regionais. - Mas, até 21 do Junho, quando começa o Inverno, provavelmente ainda teremos aquele calorzinho básico da nossa região. Geralmente quando uma “Frente Fria” chega, deixa o ar mais frio (acondicionado) e de baixa umidade (seco). Com a mudanças abrupta da temperatura o corpo humano não suporta; logo aparecem às doenças respiratórias e outros sintomas letais, da mesma forma surge as alterações aquáticas nas lagoas e barragens – seja reservatórios (barragens) para abastecimento público ou uma hidrelétrica. Uma das principais alterações ocorre com o fenômeno “INVERSÃO TÉRMICA” da água; ou seja: em estações de temperatura mais fria (outono/inverno), quando abaixo de 10º/09º graus - em poucos dias ou horas, a camada superficial da barragem ou lagoa, que subitamente foi resfriada – fica mais densa – declina para o fundo, a camada de fundo menos densa sobe para superfície provocando revolvimento do sedimento (lodo/matéria orgânica) do fundo - até então estagnado - causando um reboliço. Com isso, a homogeneização das camadas, que antes estavam estratificadas. Dependendo do Estado Trópico do corpo d’água – que é definido pelos os graus de trofia – quanto maior a concentração dos nutrientes e matérias orgânicas, mais favorece a eutrofização da água de uma barragem ou lagoa - futuramente (pós Inversão) provocando o surgimento das algas, que, podem ser cianobactérias, além da mortandade de peixes, que é normal, fase do choque térmico e a falta do oxigênio (foto) . - Geralmente, tal fenômeno é difícil acontecer em rios e córregos onde a água estar sempre em movimento. Mas pode acontecer! Como foi no Rio das Velhas, ocasião que se encontrava mais lêntico em Junho de 2007, sinistro que afetou o Rio São Francisco. A inversão térmica em barragens e lagoas faz com que o gás sulfídrico (oriundo da decomposição do material removido) precipite, causando cheiro de enxofre, além de a água apresentar uma coloração amarelada com aparência de refrigerante “guaraná”. Tais características podem ser notadas ao beber ou no banho. este fenômeno demanda acompanhamentos constantes das equipes de controle de qualidade dos laboratórios das companhias de saneamento. A prevenção é essencial para evitar consequências indesejáveis sobre as prestezas. Inversão térmica nas Estações de Tratamento de Esgoto – ETA’s A maioria das ETA’s conta com lagoas de estabilização facultativas e polimento, por serem um ecossistemas lênticos e de pequena profundidade são as mais afetadas nos períodos das “ondas de frio”. O evento incide com mais frequência à remoção dos sólidos sedimentados, prejudicando a redução fotossintética das algas. O tratamento de esgoto através de lagoas é baseado em processos físicos e biológicos – dependem da luz do sol para completar o tratamento do esgoto. Esses fenômenos são naturais - dependendo da vazão da ETA, os poluentes removidos são arrastados pelo o vertedouro, causando danos à biota aquática do rio receptor. Estas degradações ambientais provocadas pela natureza às ETA’s em épocas de “frios extremos” podem prejudicar a saúde das pessoas que usam a água e os peixes do corpo d’água parcialmente poluído. Quanto maior for o Tempo de Detenção Hidráulica-TDH do reservatório (barragem) ou da lagoa da ETA, mais facilita a eutrofização da água. As ANALISES das amostras das águas coletadas em pontos estratégicos têm papel fundamental para a população tomar ciência das características morfométricas do corpo d’água. Auferir conhecimento da “dinâmica” da Inversão Térmica, do antes e depois, é essencial para as orientações devidas. Em tempo: as informações da Emissora 98 FM / montesclaros.com acerca da meteorologia (declinação da temperatura) estão sendo muito elucidativas. XVIII-V-XXII (*) José Ponciano Neto é Historiador/Escritor - Colunista no montesclaros.com - Técnico em Recursos Hídricos – Ex- Supervisor de Gestão de Barragens. Um dos responsáveis pelo monitoramento do Rio São Francisco que viabilizou o sistema de captação. Ex - supervisor de Estação Climatológica com tanques Classe A.

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