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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
 

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Mensagem: PERIGO QUE VEM DE PREFEITO PRA PREFEITO DESDE (...) Poucos dias atrás – 04 de Fevereiro 2022 - escrevi um artigo acerca do dimensionamento dos CANAIS DE CONCRETOS nos fundos de vales. Nesse artigo citei que: Montes Claros não conta mais com moradias em áreas de riscos às margens dos canais – entretanto, o “Perigo mesmo, somente com as CASAS SUSPENDIDAS nos morros habitados.” Vamos as moradias. Pois, bem! Nos noticiários recentes, nos trouxeram fatos angustiadores e de enorme tristeza. Depois das enchentes no Sul da Bahia e Norte de Minas, fortes temporais atingiram a região serrana do Estado do Rio de Janeiro em Petrópolis e na região metropolitana de Belo Horizonte, especificamente em Mateus Leme e Juatuba – ambas limitantes com a Barragem de Serra Azul da Copasa. Em todos casos os temporais causaram inundações, deslizamentos nas ravinas dos morros originando correntezas que arrastaram carros e deixou muitas pessoas à deriva. Os fenômenos da natureza não escolhem posição social – na hora do severo incidente, todos são iguais perante a natureza. Diante disso, o que mais se ver é a ocupação desordenadas em encostas na região urbana em Montes Claros. Em Montes Claros, na Serra do Melo (Ibituruna) - Morro do Frade e Morrinhos, as ocupações do solo nesses locais estão totalmente fora das conformidades das Leis. E nenhuma licença ou lei municipal SOBREPÕE às leis estaduais e federais. E mais! A lei tem quê ser para todos de forma equalizada. - Em caso de desastres ambientais, vêm as cobranças, como: - quem licenciou? - Qual autoridade foi negligente? - Como conseguiram construir casas em áreas de amortecimento, APP`s ou encostas de serras e morros? - Como construíram em terreno no aclive ou declive com mais de 45º de declividade? A saber: - O desmatamento Conforme as Leis e código Florestal – “independente da vegetação e do solo em áreas urbana ou rural é proibido nas encostas (ou parte destas) com declividades superiores a 45º (o equivalente a 100%) na linha de maior declividade e nos topos de morros, montes, montanhas e serras. Vamos voltar lá nos CANAIS DE CONCRETOS nos fundos de vales. Quem passa pela ponte da Rua Stª Maria sobre o Canal do Rio Vieira pode observar que embaixo há um amontoado de entulhos e sedimentos estrangulando uma das passagens da água. (foto). Uma grande sapata na base dos pilares centrais divide o fluxo da água. Neste ponto a correnteza sofre interferência de um movimento curvilíneo que começa uns 40 metros a montante (a cima) da ponte, a força centrípeta joga o fluxo da água para direita - diminuindo a gradiente da margem esquerda do canal fazendo com que o sedimento fique depositado no lado de menor velocidade. É o mesmo processo que faz aparecer praias nas curvas de um rio que tem o seu canal natural sinuoso. O que acontece com o estrangulamento do canal? Há uma diminuição da área da seção transversal do canal, que, em período de cheias provoca o refluxo e, consequentemente inundação a montante (para trás) do canal bloqueado. ,Apesar de ser um problema antigo - alguns anos atrás – nesse ponto que nomeio – passou por um processo de dessoreamento - feito que melhorou muito a fluidez da água. Poucas vezes as cheias atingiu a seção trapezoidal superior (taludes) depois da limpeza concluída. A proatividade é a única solução para não deixar a cidade marcada pelas consequências de um grande temporal! A recorrência dos maiores temporais dos 100 anos pretéritos ainda não aconteceu em Montes Claros. É bom preparar! “A água nunca discute com seus obstáculos, apenas quer passagem - às vezes, até contorna, mas abre um novo caminho!” XIX – II - MMXXII (*) José Ponciano Neto é Colunista nesse Site: montesclaros.com - ex- membro (sócio) da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES-MG e Técnico em Recursos Hídricos “aposentado”.

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