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Mensagem: PEDAÇOS DO TRONCO – SÍMBOLO DA CRUELDADE – NUNCA FORAM EXPOSTOS EM MUSEU Há 79 anos – 10 de Fevereiro 1941. Abre aspas -“Em virtude do serviço de pavimentação que a Prefeitura Municipal de Montes Claros realizava nesta cidade, foram desenterrados, na Rua Governador Valadares, os restos dos troncos da Forca onde fora cumprida a pena máxima da época - na então Vila de Montes Claros de Formigas. A Forca ficava precisamente em frente ao atual prédio de Nº 60 da Rua Governador Valadares e foi serrada junto ao chão, após a abolição da pena de morte, ficando os seus troncos, em número de três, no rés-do-chão, confundidos com o calçamento. O Prefeito Dr. Antônio Teixeira de Carvalho mandou guardar os tocos desenterrados no próprio prédio da Prefeitura, com a finalidade de fazerem parte do FUTURO Museu Municipal de Montes Claros. Segundo o historiador Hermes de Paula, o primeiro condenado ali executado, teria sido o famoso Joaquim Africano, mais conhecido por Joaquim Nagô, por haver nascido em Nagô - África era escravo do fazendeiro Manoel Lopes de Oliveira. Nagô foi acusado do assassinato de Joaquim Antunes de Oliveira, no distrito de São José do Gorutuba, em 22 de abril de 1835. Todavia, atribuem-lhe inocência, tendo injustamente padecido à culpa de outrem. Contra ele proferiu-se a pena máxima - em 26 de março de 1836. Quando transferido para a Vila de Montes Claros de Formigas, aqui foi enforcado no dia 30 de maio de 1836. Diz Hermes de Paula no capítulo “Mártir ou assassino”? fls.385 da sua monografia “Montes Claros, sua história, sua gente e seus costumes”: “Acrescente-se ainda que, ao dar-se o cumprimento da sentença, a corda se partiu - sendo emendada - novamente não resistiu ao reduzido peso daquele resto de corpo humano com físico cadavérico pela fome e maus tratos sofrido na cadeia”. Curiosos que assistiam ao ato pediram clemência para o réu... Nada, porém, conseguiram. O carrasco interrompeu a função por alguns minutos, foi em casa de onde trouxe um forte laço de couro ensebado... e o “negro foi enforcado irremediavelmente”. “Alguns anos depois, na cidade de Diamantina, um tropeiro agonizante confessava a autoria do crime para roubar”. Comprovando assim, a sua inocência do Nagô – A alma de Joaquim Nagô criou foros de poderosa protetora dos aflitos. Até hoje é invocada para encontrar objetos perdidos - enfraquecer tempestades - solucionar contrariedades e crises domésticas. O último enforcado na antiga Vila de Montes Claros de Formigas - segundo a obra citada, teria sido outro negro - também escravo - nos meados do século passado, por haver assassinado, por vingança, o seu senhor, cel. Joaquim Alves, proprietário da fazenda dos Fonseca, nos Veados (hoje Nova Esperança). Contam que Joaquim Alves tinha por hábito castigar seus escravos com extrema crueldade. Sobre a execução do mencionado escravo vale a pena transcrever mais um trecho da excelente monografia de Hermes de Paula: “ O criminoso foi condenado à morte, sendo conduzida para junto da forca - na hora da execução - toda a “população escrava” da localidade (nos Veados). “O réu, do patíbulo, encarou seus irmãos de cativeiro e, assim EXTERNOU suas últimas palavras: —“Trouxero oucês aqui para inzempro, proucês vê eu morrê e ficá cum mêdo... Num fica cum mêdo não, Sinhô é ruim, mata sinhô... In ante de morrê eu quero cumê um pedacim de marmelada”. Fecha aspas - (ReTweet) - ASSIM FOI O FIM DAS ULTIMAS CONDENAÇÕES À FORCA NA REGIÃO. (fontes Hermes de Paula e Nelson Washington Viana) X – II – MMXXII (*) José Ponciano Neto é Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros - Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas.
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