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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: O transporte urbano Manoel Hygino Sofre muito a população de Belo Horizonte e de sua região metropolitana. Causas há muitas, embora também existam motivos de júbilo e alegria, quando os clubes de futebol mais conceituados vencem partidas consideradas consagradores. Até aí, tudo bem. O problema, contudo, surge quando o morador da periferia acorda cedo, o sol surgindo no horizonte mesmo nesta época de dias prolongados, porque o dever o chama. Não se pode perder o salário do dia, já que é apenas suficiente para cobrir as despesas mínimas com o cotidiano familiar. Segue para o ponto do ônibus, mas este demora chegar ou simplesmente não chega. Porque o serviço foi interrompido por greve no transporte urbano. É algo terrível, que desorienta mesmo o trabalhador do sistema já alvo de queixas e reclamações dos usuários, por motivos sabidos. Aí não termina a novela; antes, apenas tem início. Desenvolvem-se reuniões entre o Estado, o município, as concessionárias e, enquanto se alonga a conversa em torno da mesa de negociações, o empregado do sistema aguarda ansioso e o usuário padece sob a incerteza de seu futuro imediato. O ônibus vem? Não vem? Quando virá? Aumenta-se ou não a passagem? Ninguém pergunta se o consumidor, isto é, o operário de múltiplas atividades em lugares distantes, terá ou não dinheiro para pagar. Formam-se filas à espera do incerto coletivo, enquanto lá no local de trabalho o empregador tampouco sabe informar a seus clientes. O metrô, que viria contribuir para a solução decisiva, enquanto a capital crescia, mais recentemente se transformou igualmente em razão de pleitos e reivindicações dos metroviários. Mais paralisações, mais insatisfações. Generalizadas, é claro, do empregado do sistema; do usuário; do dono do comércio, lá à frente. E nunca se chega a uma conclusão. Como o grande orador Marco Tulio Cicero, no Senado de Roma, poder-se-ia perguntar: “Até quando abusarás de nossa paciência”?. Ninguém responde. Há uma longa distância no tempo e no espaço entre a Roma de Cícero e de seu desafeto, conhecido até hoje, Catilina. O dever de locomover-se para fazer jus ao pão-nosso-de-todos-os-dias permanece o mesmo. Os homens ganharam meios velozes de transporte, mas não conseguiram vencer até hoje as dificuldades de ir ao trabalho. Muito se exige do trabalhador, mas não se lhe dão meios e modos de vencer os empecilhos e desafios. O sofrimento continua, e pior, pois a população também cresceu.

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