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Mensagem: Larápio: `aquele que furta ou rouba, o ladrão ou gatuno` Manoel Hygino Eles estão por todos os lados, em qualquer metrópole ou povoado, entre gente sabida e gente simples, encontram onde e de quem tirar algum proveito, nas relações comerciais ou nas repartições públicas. Através do tempo, jamais se identificaram meios de eliminá-los definitivamente. Na maioria das vezes, são habilidosos, sabem como se comportar diante das pessoas e das circunstâncias. Larápio é aquele que furta ou rouba, o ladrão ou gatuno. Cândido de Figueiredo, entre milhares e milhares de outros escritores, em lugares inúmeros do planeta, os conheceram e os enfrentaram. Num primeiro exame, não encontrei a origem da palavra. Num segundo tampouco, talvez a tivesse furtado, por reconhecer também vocábulos, até frases inteiras, furtadas ou surrupiadas. Sem ele não haveria plagiário, o que é abundante, num país que mais se pensa em Carnaval nesta época do calendário do que nos protocolos sanitários ou nos remédios; alguns com preços altos, sobretudo os mais recentemente descobertos pelos laboratórios. Enfim, mais valem a saúde e a vida! No entanto, busco explicação e raiz, e a encontro com o desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, que nos vem em socorro. Essa gente de São João del-Rei não falha. Eis larápio: “Lucius Antonius Rufus Appius era um juiz corrupto da antiga Roma. Abreviava o nome para “L.A.R. Appius”. Segundo Deonísio da Silva, “essa rubrica originou o neologismo “larápio” e veio a designar o juiz ladrão, aplicando-se também a gatunos de outros ofícios e profissões´ (´Ladrão e larápio”, 2021). “L.A.R. Appius” ingressou na história pela latrina. Larápios ainda existem. Multiplicam-se. Arderão nas chamas do inferno dantesco. Nós dormiremos em paz. Eu dormirei em paz. Amém”. Ainda bem que ainda há gente que pode dormir em paz e ter bons sonhos. Quem se der ao trabalho de percorrer as páginas dos periódicos encontrará dezenas de larápios (ou corruptos) reconhecidos, grande parte dos quais ainda passando tranquilamente pelas vias públicas, frequentando as rodas sociais e os gabinetes e repartições públicas. São tão presentes que são considerados repetidamente como servidores da causa maior, que é a pátria e os homens de bem que a integram. Estão os Lucius Antonius Rufus Appius por todos os lados. É lastimável, mas verdadeiro.
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