Este espaço é para você aprimorar a notícia, completando-a.
Clique aqui para exibir os comentários
Os dados aqui preenchidos serão exibidos. Todos os campos são obrigatórios
Mensagem: RIO VERDE GRANDE E AS NUANCES DA DESINFORMAÇÃO. Em Dezembro de 2001 – portanto, HÁ 20 ANOS – a Agência Nacional de Águas - ANA promoveu a 1ª Expedição da Bacia do Rio verde Grande –percorremos todo Rio Verde Grande, desde sua nascente em São José do Alto Belo/ Bocaiúva até Malhada no “Velho Chico” Estado da Bahia. Durante a expedição foram muitos eventos realizados pelos trinta e cinco municípios que integram a bacia hidrografia do Verde Grande, principalmente nas cidades da Jaiba e Glaucilândia em Minas Gerais e Urandi – Malhada e Palmas do Monte Alto na Bahia. O objetivo foi diagnosticar as demandas e mobilizar os ribeirinhos acerca da importância do rio. Nessa expedição, já na Jaiba, todos tomaram ciência que existiam buracos no leito do Rio Verde Grande que derivavam (sugando) a pouca água que ainda corria. Diante das narrativas dos nativos, os expedicionários tomaram notas para providências. Passaram anos, e o “fenômeno” foi aumentando sem as devidas providências. Em Julho 2008 fui demandado pela a empresa que ainda trabalho a visitar os locais dos sumidouros (buracos) na Cidade Jaiba e discorrer o fenômeno da forma mais sucinta possível. Pois bem! Depois de alguns dias percorrendo o rio na companhia do Sr. Nemésio Costa – o popular Nezinho do Codema local – e, ouvindo alguns relatos dos ribeirinhos próximos a fazenda do Luiz Maia – convicto, subjetivamente, concluir o relatório citando que aqueles sumidouros (buracos, foto) no leito já existiam, pois havia vestígio da carstificação, ação natural que consiste na dissolução da rocha pelas águas subterrânea e superficiais, que resuta no processo de formação de aquedutos subterrâneos. Entretanto, o fator maior responsável pela a inversão do fluxo da água é a exploração desordenada da água subterrânea naquele aquífero cárstico, isso vem contribuindo com a redução da pressão dos aquedutos naturais, consequentemente o rebaixamento do nível freático – transformando os rebentões do leito em sumidouros voraz. A natureza é cheia de mistérios para os humanos e, esses sumidouros da Jaiba são os enigmas naturais mais intrigantes para os alguns órgãos, porém, esta água sugada pelos os milhares de poços profundos que existem na região - entre eles, milhares clandestinos e centenas outorgados. - Não há outra teoria que esta água penetra nos sumidouros, percorrem pelas fraturas subterrâneos e, através do subsolo, chega até aos poços profundos (artesianos). Os estudos já foram feitos pela Agência Nacional de Águas - ANA por umas três vezes e os produtos finais não chegam para a ciência de toda a população e instituições. Gastam muito dinheiro e o resultado final é desconhecido. Aqui em Montes Claros foram realizados estudos nos Rios Caititú, Pacuí, Lapa grande e Rebentão, foi usado a Rodamina (corante fluorescente) e os resultados das vazões e a ciência das interconexões subterrâneas nos domínios geológicos distintos, como: o Cárste do bambuí no Norte de Minas, resultou em um relatório final - lembro que a Unimontes, a CDTN/CNEN e AIEA foram contemplados com os relatórios reproduzidos. - Orgulho-me de ter trabalhado até no final nesse estudo citado. Outro fato. - Certa ocasião estava acontecendo este fenômeno de desaparecimento da água do Riachão na Comunidade de Tiririca, principalmente na Lagoa Azul (Fazenda Toni Sá) – secava tudo – foi até alvo de protesto à porta da prefeitura de Montes Claros. Fomos lá outra vez! A Copasa perfurou vários poços satélites nas propriedades, inclusive na propriedade de uma empresa de ônibus. RESULTADOS. Todos os poços profundos próximos ao Riachão tinham conexão com o córrego. Os órgãos fiscalizadores e o MPE ordenaram a lacração de alguns deles e ajustaram a vazão de outros. Ações que fizeram a surgência da Lagoa Azul voltar a produzir – o córrego da tiririca voltou a correr. Assim que normalizou o mistério acabou. Futuro de outra bacia hidrográfica: - O médio Pacuí é constituído de vários rebentões que alimentam o rio, principalmente em São João da Vereda – São Roberto e Poço Verde - SE OS ÓRGÃOS FISCALIZADORES RESPONSÁVEIS pela a conservação da bacia hidrográfica NÃO INTERROMPER AS CONCESSÕES DE OUTORGAS DE POÇOS PROFUNDOS. - Se NÃO FISCALIZAR bastante COM RIGOR para evitar as perfurações clandestinas, futuramente o Rio Pacuí pode ter o destino do Rio Verde Grande. Seus rebentões irão despressurizar e transformarão em sumidouros. Por enquanto, o Rio Pacuí é a salvação nossa e dos produtores rurais! ´Em tudo que a natureza opera, ela nada faz bruscamente...´ VII-XII-XXI (*) José Ponciano Neto é Técnico em Recursos Hídricos - Ecologista - Historiador Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros – Diretor Financeiro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas.
Trocar letrasDigite as letras que aparecem na imagem acima