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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 1 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Correspondência cordial Manoel Hygino O título do novo livro de Edmilson Caminha (org.) é modesto: “Correspondência Cordial”, mas contém “Cartas Inéditas de Murilo Mendes para Xavier Placer”, pormenor que vale como subtítulo. Editado recentemente neste complicado 2021, o autor anota de próprio punho: “Pequena homenagem a dois homens luminosos que juntos entoaram um belo canto de louvor à amizade”. Edmilson acrescenta: “são textos plenos de sensibilidade artística, de grandeza literária, de sentimento humano, em que Murilo Mendes e seu destinatário, Xavier Placer, deixam-nos a impressão de cordiais.... de pessoas que primam pela dignidade, pela educação, pela delicadeza com que se portam”. Vale dizer que o volume contém a correspondência entre os dois poetas, acompanhados os textos pelas fotos dos originais – cartas, cartões, bilhetes, em cores, se fosse o caso – resgatados no Museu de Arte Murilo Mendes, em Juiz de Fora, com capa, projeto gráfico e ilustrações de Augusto Paiva. Tudo da melhor qualidade gráfica e que faz do volume uma verdadeira joia (na acepção que os mineiros dão à palavra). O leitor, mal acostumado, pensa que irá encontrar uma sucessão de informações trocadas por dois homens, que se encontraram no caminho da vida e que, com o tempo, distanciados, ficam a choramingar e se lamuriar em saudade. Pode ter algo assim, mas é um trabalho de envergadura, embora em formato comum. Na realidade, é a expressão de pessoas diferenciadas que se veem coagidas a manter velhos laços através da escrita. Nascido em Juiz de Fora, em 1901, um ano antes de Emílio Moura e Carlos Drummond de Andrade, MMM é uma das figuras mais altas da poesia traduzida nas Minas à época. Edmilson relata como conheceu Xavier Placer, as visitas que lhe fez em Niterói (RJ), que em tupi quer dizer Água Escondida, e como o poeta gostava de usar. Os caminhos se descruzaram. Placer recebera vários livros do itabirano com dedicatória, passados posteriormente ao museu mencionado. Os livros de Murilo Monteiro Mendes eram enviados a Placer onde ele estivesse, mesmo quando padecendo de problemas pulmonares e se tratando em Correas (RJ), e, mais tarde, quando MMM, recuperado e casado, foi residir em Roma. Uma imensidão de coisas e fatos a descrever e que agora aparecem benditamente na edição do Sarau das Letras, de Mossoró (RN), graças a Clauder Arcanjo e David de Medeiros Leite, os editores.

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