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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 31 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Gandra e o STF Manoel Hygino O altamente conceituado jurista e professor Ives Gandra da Silva Martins, de “inquebrantável fé católica e incrível vitalidade, cultura e sabedoria”, na avaliação correta do desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, concedeu entrevista à “Gazeta do Povo” de Curitiba, em 21 de abril. Foram 15 páginas, que revelam o seu pensamento sobre a atual situação do Brasil diante do Supremo Tribunal Federal. Ora residente em Tiradentes-MG, Ives Gandra expõe com clareza e lucidez: “Hoje, o Brasil, que já vive duas crises enormes, está vivendo uma terceira. E, na qual, quero dizer o seguinte: estamos analisando muito o papel do poder judiciário, mas os poderes Legislativo e Executivo têm culpa, porque, basicamente, o entendimento entre os dois poderes representativos do povo também não foi o ideal”. Nós temos, por exemplo, o Poder Legislativo concordando em manter a prisão de um deputado que deveria ser julgado exclusivamente no âmbito do Legislativo, e não no âmbito do Judiciário, talvez pelo medo de muitos deles estarem sendo efetivamente investigados. Em última análise, “a impressão que eu tenho é de uma crise que tem início com o poder do Judiciário, e se transformou, digamos, a essa hospedeira da oposição para, nas suas derrotas, voltar a ser vitoriosa dentro da Casa Legislativa”. Em resumo, diz Gandra: “É um diálogo difícil, ainda entre o Legislativo, Executivo e o próprio Legislativo com o poder Judiciário, e tem levado o Brasil a ser um país em que os poderes são desarmônicos e deixaram de ser independentes.”. Adiante, observa: “Eu tenho a impressão, veja, que nós estamos vivendo o momento mais complicado, também entre os poderes. Espero que os ministros do STF voltem a ser o que eram, a ter aquela imagem perante o povo, que o Supremo Tribunal Federal tinha no passado, porque competência, dignidade e identidade eles têm, mas o ativismo jurisdicional desfigurou a Suprema Corte”. O resultado aí está: o cidadão, o povo, não crendo nos valores e na ética dos homens que se encontram no exercício dos mais altos cargos da nação nos três Poderes. Simultaneamente, os membros de maior realce e importância neles três, trocam farpas e se fazem acusações, inaceitáveis em tempos pretéritos, mas também pelos brasileiros de bem e esperançosos de dias melhores. Causam surpresa, quando não repulsa, as críticas do chefe do Executivo principalmente aos ministros do Supremo. No mínimo, há uma terrível quebra de decoro, que não coaduna com a sua elevada posição.

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