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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 31 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Quinta 25/02/21 - 6h10 - Cegonheira sem freios despenca da descida da serra, na entrada de M. Claros pela BR 135, e mata 2 homens, que iam de moto. Pela contra-mão, em longo trecho, motorista guia por quase 2km, escapa de atingir muitos outros veículos e, enfim, consegue parar, numa subida e num matagal. Veja o filme Diante desta inacreditável notícia, muito mais grave do que se imaginou, resolvi ir ao local e constatar., depois do expediente de trabalho, já anoitecendo. O acidente na tarde de quarta-feira, na descida da Serra de Bocaiúva, teve lances dramáticos, dignos de um filme. Certamente, um filme de horrores. Segundo me contaram pessoas que ali estavam, o motorista da cegonheira - que seria baiano de Guanambi, de cerca de 50 anos - percebeu que havia ficado sem freios, logo que começou a descer a última serra antes de entrar em M. Claros. Sem freios, e para não atropelar os carros que desciam à sua frente, ele resolveu pegar a contra-mão, felizmente mais vazia naquela hora. Na altura do primeiro trevo, no anel sul que desvia carros para a rodovia de Pirapora, aconteceu o inevitável acidente com a moto, em que dois homens morreram. A cegonheira sem freios, e sempre em alta velocidade, estava embalada, e subiu a chamada Ponte Branca, retomando à sua pista. Depois da ponte, e buzinando e acenando como podia, para sinalizar que a cegonheira carregada estava sem freios, o motorista passou defronte ao posto de gasolina e, sempre em alta velocidade, começou a escalar uma pequena subida. Por sorte, ou conduzido pelas mãos de Deus, ele novamente não encontrou carros pela frente. Quando viu que havia o pátio de uma empresa credenciada pelo Imetro para inspeção de veículos, com apenas um caminhão parado, o motorista da cegonheira, sempre agindo com grande prontidão e raciocínio, tomou a decisão de entrar ali e escalar estreita pista de asfalto, pela direita. Foi a sorte de todos, dele também. A pequena e ligeira subida, providencial, ajudou o carro a perder velocidade e o motorista jogou a cegonheira contra moitas de capim e um barranco baixo. A cegonheira, enfim, parou. Pessoas disseram que o motorista - homem de meia idade - ficou paralisado, travado, dentro da cabine, incapaz de se movimentar, estático, imóvel, estátua de si. O filme de horrores que ele viveu tinha chegado ao fim, mas o homem nao tinha mais forças para qualquer movimento. Atrás, ele ainda não sabia, 2 homens havia morrido na moto, mas talvez outros muitos tivessem morrido em outros muitos veículos. Não é minha função julgar o que houve, mas fiquei com a impressão de que o motorista foi guiado por mãos superiores ao evitar uma tragédia ainda maior dentro de outras duas - a morte dos 2 homens, na moto, e a façanha de uma cegonheira, carregada, pesada, descer em alta velocidade uma serra, por si perigosa, e percorrer 2 quilômetros, desembestada. O fato é que as autoridades precisam - urgente - se debruçar sobre o que aconteceu na tarde de quarta-feira, na principal entrada de M. Claros, para imediatamente fixarem planos e medidas - urgentes - que impeçam que outros acidentes, com as mesmas características, aconteçam no local, que é de grande, enorme movimento, num trecho povoado por carretas, caminhões e cegonheiras. Muitas vidas ali ainda podem ser poupadas, se aquele trecho - perigoso desde sempre - merecer alguma atenção, rápida. Por fim: notei uma certa indiferença e silêncio da empresa concessionária da rodovia, assim como notei que a ainda chamada imprensa ´não viu´, passou batida, dormiu, nos fatos que procuro narrar, até para suprir o vácuo inexplicável. Um filme dramático aconteceu ali, repito, em poucos/longos minutos, de horrores. A morte, nas nossas lamentáveis estradas, passou a ser um fato aceitável, o que definitivamente não podemos consentir. Onde estão os senhores políticos? ´Dizei-me Vós, Senhor Deus´- invoco o poeta baiano Castro Alves. PS - Nas fotos, precárias, que envio, tento mostrar: 1 - O pátio onde a cegonheira entrou; 2 - A pista esburacada do asfalto por onde a cegonheira começou a perder velocidade; 3 - a moita de capim, no pequeno barranco, onde por fim a cegonheira parou, estacou.

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