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montesclaros.com - Ano 25 - quarta-feira, 30 de outubro de 2024
 

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Mensagem: NOITE DE CRISTAL Manoel Hygino Os recentes acontecimentos no Brasil, em especial na capital federal, no âmbito político-jurídico-militar, trouxeram à tona a famigerada Noite de Cristal, na Alemanha de Hitler. Havia uma perigosa onda de anti-semitismo com o país varrido por perseguições aos judeus. Registrou-se a destruição de sinagogas em Munique, Nuremberg e Dortmund. Em Berlim, proliferavam insultos e dísticos injuriosos. Tudo partia de um grupo organizado – os homens do SA, que expunham em todos os lugares desenhos de judeus degolados, torturados, feridos, juntamente com inscrições obscenas. Ademais, janelas quebradas e restos da pilhagem das lojas de judeus nas ruas e sarjetas. Popularizou-se o protesto das vítimas: “ser judeu não constitui crime”. De quem partira a ordem? De Goebbels, tudo levava a crer. Ou teria partido do próprio Hitler? Himmler, dirigindo-se aos generais do SS, atacara violentamente os judeus. Os judeus estavam decididos a destruir a Alemanha e deveriam ser expulsos do país, “com uma impiedade sem exemplo”. “Se a Alemanha não triunfasse nesse combate de morte, não haverá um só teto sob o qual um teuto encontre abrigo; todos perecerão de fome ou serão massacrados”. A Alemanha se preparava para a segunda grande guerra e não encontraria mais apoio de outras nações. A Noite de Cristal, quando grupos de população impelidos pelas liderança do Reiche, com conhecimento de Hitler, arruinaram os bens de propriedade dos judeus, incrementou o sentimento de o conflito ser irremediável. O historiador John Toland considera que as lideranças, a começar de Hitler, admitiam aquelas manifestações e tudo que resultou na Noite de Cristal, procurando que a comunidade internacional conhecesse os fatos. O auxiliar mais importante de Himmler, Heydrich enviou mensagens urgentes a todos os quartéis e postos do SD-Serviço de Segurança e da Polícia, concitando-os a cooperar com os líderes do Partido e da SS, “para organizar manifestações”. Judeus, principalmente os ricos, deveriam ser presos, quanto fosse possível alojar nas cadeias existentes, para depois serem encaminhados a campos de concentração. O historiador comentou: “Foi uma noite terrível, uma noite de desespero que os judeus conheceram na Alemanha, enquanto a Polícia testemunhava, de braços cruzados, a destruição e as violências físicas impostas às pessoas”. Segundo dados oficiais, foram arruinadas 814 lojas, 171 residências particulares, 191 sinagogas incendiadas, 39 homens assassinados e outros 36 gravemente feridos. O próprio Heydrich, contudo, admitiu que os números reais dos acidentes, mortes e incêndios “deveriam ter sido consideravelmente superiores”. O nome Noite de Cristal lembrava o grande número de vidraças partidas. Em todo mundo, a Alemanha foi classificada como país de bárbaros. Contra aquele estado de coisas, temendo que chegasse ao Brasil, manifestou-se o decano do STF, Celso de Mello, em mensagem reservada, já de conhecimento geral.

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