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montesclaros.com - Ano 25 - quinta-feira, 3 de outubro de 2024
 

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Mensagem: Rica Itacambira Manoel Hygino dos Santos - Jornal ´Hoje em Dia´ É somente uma pequena cidade do Norte de Minas, pacata, de gente modesta, trabalhadora, incrustado o lugar num recanto em que gerações supuseram existir a lagoa do Vapabuçu. Para alcançá-la, há de se subir morro, atravessar um platô pétreo coberto de areias brancas, como do Abaeté disse Caymmi, e finalmente descer a serrania, por estrada precária, estreita, em pedregulho. Uma das significações do topônimo é ´pedra pontuda que sai do mato´. Ali está a sede da paróquia de Santo Antônio do Itambacuruçu do Grão Mogol, que já integrou os municípios de Grão Mogol, Minas Novas e Montes Claros, mas que não passa de um aglomerado de casas humildes, com ruas tomadas pela poeira, ao tempo em que lá estive com o poeta Cândido Canela. O historiador Hermes de Paula conta que, fragmentada a bandeira de Fernão Dias, em busca de esmeraldas, após remexer todo o Norte de Minas, encontrou a lagoa famosa, na região da chamada Tucambira. Lá estavam as covas cobertas de limo, em que se acharam as primeiras pedras verdes, abundantes. Mas não eram esmeraldas, e sim turmalinas, de reduzido valor. O bispo D. João Pimenta foi pessoalmente à região, em 1926, para pesquisar e enviou relatório ao historiador Diogo de Vasconcelos, autor de ´História Antiga das Minas Gerais´. Concluiu o prelado que o local denominado de Vargem Grande, a cinco quilômetros do velho arraial, tinha a forma de grande lagoa, com muita quantidade de areia, resultante de grandes serviços de mineração em tempos remotos. Ela, a Vargem Grande, constituíra antiga Vapabuçu. Perto, o sítio da Serra Resplandescente, a respeito da qual se aprendia na escola. Os bandeirantes modernos do alheio andaram recentemente por Itacambira, surrupiando no templo, acanhado e pobre, cerca de 20 peças, entre as quais imagens de São Vicente Ferrer, São Miguel, Sant`Ana Mestra, São Sebastião e Santo Antônio, que dá nome à igrejinha. Itacambira, tão precária e relegada, é pois muito rica. Lá se encontraram múmias, com muito mais de 200 anos, como informou Simeão Ribeiro Pires. As múmias, retiradas dos porões úmidos e escuros da igreja, merecem presentemente destaque científico no Museu da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio . Em 1966, Itacambira ganhara prestígio internacional, destinada a cidade a morrer pela comprovação clara das devastações ali causadas pelo Mal de Chagas. Mais recentemente, descobriu-se, depois do sucesso da obra de Guimarães Rosa, que na matriz de Itacambira teria sido batizada a mítica Diadorim, ou seja, Maria Deadorina da Fé Bittencourt Marins. Em meio a tanta riqueza histórica, uma cidade-museu a céu aberto nos longínquos sertões de Minas, apenas os bandidos, ladrões de peças sacras valiosas se lembraram de Itacambira, que melhor sorte merece. Em verdade, Itacambira não é mera e bonita ficção de Rosa, tendo ali nascido o futuro intendente dos diamantes, Manoel Ferreira de Câmara Bittencourt e Sá.

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