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Mensagem: Os passos da paixão de Dídimo Paiva Alberto Sena O lançamento dos livros sobre a “Vida e Obra” do jornalista Dídimo Paiva – “Passos de uma paixão” e “Um bunker na imprensa”, na noite de 13 de outubro de 2011, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, reuniu centenas de pessoas entre jornalistas, intelectuais, amigos e parentes do homenageado, que, aos 83 anos autografou os dois volumes, de 190 e 311 páginas, respectivamente. Presidente do Sindicato dos Jornalistas na década de 1970, Dídimo Paiva é considerado “um dos últimos dos moicanos” do jornalismo mineiro e nacional pela sua coragem, ética profissional e senso de justiça – ele enfrentou a ditadura militar desde os primeiros momentos do golpe que lançou o País em trevas – defendeu e defende a ética profissional como um guerreiro numa trincheira, tendo sido talvez o jornalista que mais escreveu editoriais num só veículo de comunicação, em torno de 15 mil, durante 40 anos de profissão. Foi uma verdadeira festa o lançamento organizado por “Conceito Editorial”, de José Eduardo Gonçalves e Sílvia Rubião, editores das publicações que marcaram para a posterioridade a vida e obra deste grande jornalista considerado “reserva moral do jornalismo mineiro”. Com prefácio do escritor Fernando Morais e notas finais de Anis José Leão no primeiro livro, o da vida de Dídimo Paiva, e prefácio do jornalista e escritor Mauro Santayana, no outro, as publicações foram escritas pelos jornalistas Tião Martins e Alberto Sena (Reportagem); e André Rubião, cientista político, organizador da obra, parte da grande série de artigos publicados ao longo da vida profissional do jornalista, hoje aposentado. Os livros foram idealizados pelos jornalistas Paulo Emílio Coelho Lott e Washington Tadeu de Mello, amigos de Dídimo Paiva de longa data, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. E com o apoio de Andrea Neves da Cunha, Édison Zenóbio, Henrique Bandeira de Melo, J. D. Vital, Luiz Henrique Michalick, Paulo Brant e Sérgio Esser. Sem dúvida, foi uma noite memorável. O homenageado, cercado pelos parentes, estava visivelmente emocionado, e embora tivesse se restabelecendo de recente fratura sofrida no braço direito, em decorrência de uma queda, o que o impediu de redigir nos últimos meses, já que aposentou definitivamente a máquina de escrever e o computador (os textos dele são manuscritos), pôde abraçar a todos com satisfação e alegria. “Passos de uma paixão” foram contados a partir de longas conversas gravadas com Dídimo Paiva, o que demandou quase um ano de exaustivo trabalho, tempo em que a vida dele foi escarafunchada desde o nascimento, em Jacuí, no Sul de Minas, até os grandes momentos de sua rica vivência no jornalismo. Para organizar o livro sobre a obra de Dídimo, André Rubião contou com pesquisa minuciosa feita por Rosângela Guimarães, auxiliada por uma equipe técnica composta por Dejanira Ferreira Rezende, Denise Maria Ribeiro Tedeschi, Joelma Aparecida do Nascimento, Pedro Eduardo de Andrade, Rafael Fanni e Tágila Gonçalves Mendes; com apoio de Bárbara Vieira, projeto gráfico e diagramação de Diogo Droschi, revisão de Cecília Martins e apoio administrativo de Kênia Perdigão. Os artigos de Dídimo Paiva estavam em cerca de cem caixas de papelão num cômodo fechado a cadeados na casa que ele tem em Mariana, aonde costuma passar o fim de semana com a esposa, Cidinha. Todo o acervo dele foi devidamente organizado, de modo que daqui para frente, sempre que Dídimo quiser encontrar um dos seus guardados será uma tarefa fácil. Em verdade, para contar a vida e a obra deste homem inigualável seriam necessários vários livros, tamanha a riqueza do que ele obrou nessas mais de quatro décadas de jornalismo. Viciado no trabalho, ele era famoso por trabalhar quase 24 horas por dia. Nos últimos anos, costumava se levantar às 5h e antes de qualquer outra iniciativa, se dirigia à mesa de trabalho, em casa, para redigir os seus famosos manuscritos, artigos publicados em revistas e especialmente no Observatório de Imprensa. Dídimo poderia ser hoje, homem rico. Mas recusou pomposas ofertas de emprego público para se dedicar única e exclusivamente ao jornalismo. Ele foi o espelho através do qual o ex-torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva colheu as primeiras substâncias para iniciar no ABC paulista o “Novo Sindicalismo”, que o levou a ser, anos depois de quatro tentativas, presidente da República do Brasil.
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