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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Cresce não, Montes Claros Raquel Souto Chaves Cresce não, Montes Claros. Me deixe correr descalça pelas suas ruas de paralelepípedos. Brincar de pega pega com meus primos, irmãos e vizinhos ao chegar da escola. Correr pelos canteiros centrais da Avenida Coronel Prates e rasgar o joelho ao pisar em falso sobre a tampa da caixa da torneira de molhar as suas frondosas árvores. Acompanhar procissão. Jogar Maê nos seus passeios. Comer caçarola italiana e pastel no Bar de Zim Bolão. Assistir o entra e sai de pessoas, assentada nos degraus da Prefeitura onde antes funcionava o Colégio Diocesano. Comprar material escolar na papelaria do MEC ao lado da Praça de Esportes. Buscar biscoito de limão, nata, côco e farinha na casa de Laura Launghton. Me lambuzar de picolé de grosselha da Sorveteria Pinguim. Atentar aos discursos dos vereadores na Câmara que funciona ao lado da minha casa. Encontrar com pessoas conhecidas no ponto de ônibus em frente ao Salão Paroquial da Igreja Matriz na Avenida Coronel Prates. Acompanhar a minha mãe aos sábados a tarde no salão de Valdivina Cabeleireira no principio da rua Padre Augusto e escutar as conversas dela com Angelina Maia. Aos Domingos a noite buscar canja de galinha no Restaurante Espeto de Ouro da rua Dr. Veloso. Me sujar de pó de trigo, fubá e farinha e organizar a fila dos “pobres” no DAS departamento de ação social . Andar e soltar barquinhos de papel pelas enxurradas. Ensaiar as músicas da Campanha da Fraternidade com as mães Cristãs. Me debruçar na janela do meu quarto que dá para a rua e cumprimentar a todos que passam. Deixar janelas e portas abertas dia e noite para espantar o calor de 30 graus. Sentir o perfume do Jasmineiro da casa vizinha. Ir a sessão livre nas tardes de domingo nos Cines Montes Claros, da rua Governador Valadares, São Luiz, da rua Simeão Ribeiro e Fátima, da rua Dom Pedro II na companhia de amigos e rolar de rir dos filmes de Mazzaropi. Assistir aos ensaios do Grupo de Seresta João Chaves na sala de visita da casa de Dr.Hermes de Paula. Comer puxa feitas por D. Lurdes, na porta do Colégio Imaculada Conceição. Comprar paçoquinha de amendoim na venda de Tamiro da Avenida Afonso Pena esquina com Beco Padre Marcos. A noite ir de braços dados com Regina ao MOBRAL, ao lado do Palácio do Bispo na praça Dr. Chaves. Deixe Catopês, Marujos e Caboclinhos visitarem os quintais de suas casas. Manoel Quatrocentos galantear as moiçolas nos bancos das suas praças. Mazaropi anunciar bem alto o preço do “Quebra queixo” e as crianças correrem ao seu encontro. Deixe que João doido, Lena doida, Iracema, Juventina, Requebra, Júlio galinheiro, Mané quatrocentos e tantos outros continuem a dar vida as suas ruas. Deixe Betão Ronca Ferro continuar seus passeios no potente carro de madeira e ferro que construiu e ao chegar na esquina ecoar o mais belo som de buzina que alguém já ouviu. Os catadores de Pequi, Umbú e panã saírem com bacias nas cabeças oferecendo as mercadorias pelas suas ruas. Deixe o apito do trem anunciar a sua partida. Ao final do dia deixe que Padre Quirino e Padre Dudu possam se assentar na porta da rua da casa de Vó Ninha para prosear, comer bolo e tomar um café redondo na companhia de Necéssio, José Estevam, José Souto e quem mais chegar. Cresce não, Montes Claros continue eternamente pequena e me permita continuar eternamente criança. Assim seremos eternamente felizes!

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