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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Risoto com pimenta Alberto Sena Conheço uma pessoa, nascida em 1979, que gostaria de ter vivido na década de 1960. Ela acha que foi uma década efervescente, criativa em vários segmentos culturais, apesar de politicamente o país ter vivido anos de chumbo. Tenho bons motivos para concordar com essa pessoa porque vivi a década todinha em Montes Claros. Eu e uma porção de gente. Foi uma década que teve o seu lado bom, rico. É aquele negócio, diria o amigo que há uma data não tenho notícias dele, radialista e jornalista Alair Almeida, ex-zagueiro do Ateneu: ‘Não tenho o que me queixar; ‘seu’ queixo é de burro’. Mas se eu tomo por base a mensagem recebida do amigo daquela década vivida no arraial, Daniel Ribeiro de Oliveira, nascido e criado em Jequitaí, mas que morou em Montes Claros e estudou no Instituto Norte Mineiro de Educação, do professor João Luiz de Almeida, muita coisa mudou sim senhor. Não encontro Daniel faz mais de 20 anos. Ele conta: ‘Estava no computador e me lembrei de você’. Digitou o meu nome no Google e veio uma crônica publicada ‘no montesclaros.com’. Diz ele: ‘Você fez uma retrospectiva de vida’ e Daniel leu na esperança de ser lembrado, ‘só que você não se lembrou de mim’. E disse mais: ‘olha que vivemos juntos várias situações interessantes’. Adiantou que a ‘cobrança’ era apenas ‘uma brincadeira’, pois tinha ficado mesmo foi ‘muito contente e tive muita saudade do amigo, amizade rara nos dias de hoje, como foi a nossa límpida e gratuita’. Daniel conta ter completado 34 anos de casado, tem três filhos, dois dentistas e um farmacêutico. A mulher dele é de Jequitaí, ‘e graças a Deus ainda não tive motivo pra falar do meu casamento; ela é funcionária do Estado e eu ainda estou no ramo de farmácia’. De fato, juntos vivemos bons momentos. Foi no tempo em que saíamos em turma, muitas vezes, e íamos para a porta de ‘A Cristal’ e ali encontrávamos outros amigos e eram tantos porque as atividades eram muitas: trabalhava no ‘O Jornal de Montes Claros’; era ponta direita do juvenil do Casimiro de Abreu, tinha de treinar três vezes por semana; jogava futsal e pingue-pongue na Praça de Esportes e frequentava a ‘boate’; ‘lagartixava’ nas piscinas do Max Min, Pentáurea, Automóvel Clube; tinha de namorar. Ufa! Era uma canseira. A vida era intensa e não havia tempo disponível para muitas outras coisas. Assistia a todos os filmes exibidos na cidade nos cines Coronel Ribeiro, Fátima, São Luís, Montes Claros e se acontecia de perder um, que por último era exibido no Ipiranga, na Rua Melo Viana, também ia lá. Nessa época, aos domingos, assistia às fitas das 10h, das 14h e das 16h. Tinha até certa intimidade virtual com os atores da época, geração que aí estava quando a nossa geração veio ao mundo. Atores brasileiros e estrangeiros que, um a um vão indo embora. O mais recente foi John Herbert. Depois de viver as noites de Montes Claros, nós íamos, também em turma, para casa, porque afinal, ninguém tinha estrutura de ferro. Subíamos: Cícero ‘Cuecão’, Cícero ‘Stru’, Rubinho, Daniel Ribeiro, Roberto, Ronaldo, João José, Chico Gomes. Morávamos todos próximos uns dos outros. Posso estar me esquecendo de alguém e eis aí a questão: quem se sentir de fora, faça como Daniel Ribeiro fez, escreva-me, pois assim vamos curtir a alegria do reencontro. Encontrar e reencontrar são verbos que hoje em dia estão se tornando difíceis de conjugar. Mas os próprios verbos reclamam a conjugação diária, porque ao longo de uma vida muita gente passa por nossa existência. Nós também passamos pela vida de muita gente. Uns passam e não voltam. Outros passam e ficam. Daniel é um dos amigos que ficaram. Toda vez, em casa ou em outro lugar, quando estou diante de um prato contendo risoto de frango, me lembro daqueles finais de noite nos restaurantes ‘Mangueirinha’ e ‘Espeto de Ouro’ ou um restaurante cujo nome não me lembro mais, ali na Rua Camilo Prates, quase esquina da Praça Coronel Ribeiro. Daniel e a irmã dele, Nilda, moravam no que era o final da Rua João Pinheiro, próximo de onde eu morava, na Rua Corrêa Machado, 238. Ele suava de satisfação diante de um prato de risoto, depois da ingestão de algumas ampolas de cerveja. Agora pintou uma dúvida: o suor escorria por conta do calor natural de Montes Claros? Ou devido à cervejada? Ou a pimenta malagueta?

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