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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 3 de maio de 2024
 

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Mensagem: Em respeito aos mortos Waldyr Senna Batista Com a terceirização de parte do serviço de coleta de lixo e da pretendida transferência da exploração do terminal rodoviário para a iniciativa privada, surge a oportunidade de estudar a conveniência de estender a medida (ou assemelhada) a outros setores. O critério para a terceirização tem sido o de suprir a deficiência do setor público em áreas que lhe são afetas. Funcionou mal, terceiriza-se. E há inúmeros serviços nessa situação. Um deles é o “cemitério municipal”, em que não se aplica a fórmula da terceirização, pois ele encontra-se com sua capacidade esgotada. Não haveria como vender espaços para custear sua manutenção e ampliação. Mas talvez fosse possível a criação de incentivos que atraíssem grupos privados na criação de novos cemitérios. As péssimas condições em que se apresenta o cemitério do Bonfim constitui verdadeiro desrespeito às pessoas ali sepultadas e às famílias delas. Com as chuvas dos últimos dias, a área inteira transformou-se em matagal, que impede até a visão das placas indicativas, sem falar em outros inconvenientes. Mas a chuva é alegação pouco consistente, já que a aparência de abandono ali é permanente. O cemitério só recebe alguma atenção da Prefeitura em vésperas do dia de Finados. No restante do ano, só se percebe sinais localizados de zelo pela presença de pessoas contratadas por famílias para cuidar das sepulturas. Esse trabalho envolve dezenas de homens e mulheres, que se queixam de limitações impostas principalmente quanto ao acesso à água para irrigação das plantas. Eles são obrigados a percorrer grandes distâncias repetidas vezes empurrando carrinhos de mão até o ponto de abastecimento. Caberia à administração do cemitério facilitar as coisas, instalando outras torneiras, mas ela parece não ter autonomia para tanto, porque cabe à Prefeitura o pagamento da conta. Depende de autorização superior, que não se sabe se foi solicitada. Quanto ao problema do esgotamento da área para sepultamentos, a Prefeitura está desapropriando terreno na localidade de Toledo, a dez quilômetros ao norte do centro da cidade, onde existe cemitério cujas condições são precárias. A área, na região rural, poderá atender a demanda da cidade durante alguns anos, com a vantagem adicional de não provocar resistências da vizinhança, já acostumada a esse tipo de empreendimento. Mas há o inconveniente da distância, que transformará qualquer sepultamento em viagem (a “última viagem”, para o falecido...). Tudo isso vem a propósito das dificuldades que a Prefeitura enfrenta para solucionar o problema do cemitério, onde não existem mais espaços disponíveis para a média diária de seis sepultamentos. Nos grandes centros, esse problema foi minimizado com a criação de cemitérios particulares, em que as pessoas adquirem parcela, preparando-se para o inevitável. Em Montes Claros houve iniciativa mal-sucedida nesse sentido. Família proprietária de terreno ao lado do cemitério do Bonfim implantou projeto de cemitério moderno, denominado “Jardim da Esperança”, com infraestrutura completa, composta de velório, sala para repouso de familiares, estacionamento, lanchonete e capela. Mas a receptividade não correspondeu, resultando em “terceirização” ao contrário: o município incorporou o novo cemitério ao seu, mediante permuta de imóveis. Essa “municipalização” permitiu protelar por algum tempo o problema da saturação do cemitério, que chegou agora ao ponto crítico. A Prefeitura, em respeito aos mortos, deveria avaliar se a formula dos cemitérios particulares pode de alguma forma contribuir para minorar o problema, mediante incentivos para atrair empreendedores. Seria medida paliativa, mas melhor do que medida nenhuma. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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