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montesclaros.com - Ano 25 - sexta-feira, 3 de maio de 2024
 

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Mensagem: UM PASSEIO COM LUDY MONTES CLAROS José Prates Hoje pela manhã, quando ainda estava à mesa, tomando café, Ludy Montes Claros telefonou, fazendo-me parar a refeição matinal, para atendê-lo. Na conversa, propôs um embarque na memória, para uma caminhada pelas ruas de Montes Claros, parando aqui e ali, encontrando com um e com outro pra um dedo de prosa. Estávamos juntos naquele instante, ligados pelo amor à nossa terra e conduzidos pelas lembranças que nos serviam de condução rápida e adequada para o passeio. Por onde começar? No Zépritiquinho pra completar a refeição com um pastel frito na hora. Ai não. – discordei - O melhor é começar lá em cima. Começamos, então, na Praça Cel Ribeiro onde ficamos um pouco parados, contemplando a fachada do cinema de portas fechadas, mas, com cartaz à frente, anunciando o seriado Nyoca, depois do filme “Os brutos também amam” . Atravessamos a praça e deu-me vontade de entrar no Hotel São Luiz, ali na esquina, mas, desisti porque à porta encontrei-me com o Sargento Moura com quem pretendia conversar sobre o Tiro de Guerra. Terminada a conversa, eu e Ludy fomos descendo devagar, olhando ponto por ponto, até a Gráfica David onde entramos para um papo rápido com Laerte. Não demoramos. Saindo Dalí, entramos no Foto Pinto, coisa rápida. Fomos depois nas Lojas de Waldyr Macedo e Ludy admirou a geladeira a querosene novinha, que estava à venda. Aliás, tinha muita coisa que Montes Claros via pela primeira vez como o fogão a gás, com botijão, coisa cara, só pra rico. Passamos para o outro lado e entramos no Jornal de Montes Claros para falar com Meira sobre a primeira página e depois uma passada rápida no escritório do Dr. Orestes Barbosa. Ao sairmos do jornal, vi Dona Helena Prates que saía à porta e fui cumprimentá-la. Perguntei pelo dr. Alfeu, respondeu que estava na Santa Casa. Dali, fomos ao bar do Zé Priquitinho, mas, não demoramos lá. Entramos na Rua Quinze e fomos devagar, passo a passo, contemplando o movimento que já era grande. Ali mesmo, logo ao anoitecer, quantas moiçolas casadoiras, em traje domingueiro e de braços dados, estariam andando de um lado para o outro sob os olhares enfeitiçados da rapaziada postada no passeio da Casa Ramos. Ludy sugeriu um “lanche” no restaurante do Ramiro, logo ali, perto da Praça de Carro. Não aceitei. Já que estávamos perto, fomos à Agencia da Real Aerovias falar com “seu” Natércio França e dar um abraço em João Leopoldo. Foi ai que vimos o Café Galo, recém inaugurado, com “seu” Augusto, o proprietário, atendendo. Estava vindo de Urandi, Bahia, e o sotaque baiano ainda intacto, sobressaia-se atrás do balcão. Terminar o passeio? Ainda é cedo. Vamos descer a rua, passando pelo armazém 13 de Armenio Veloso, entrando na Rua dos Marimbondos cheia de mulheres com cara de sono, ainda nos bares que não fecharam. O velho Cassino estava fechado. Desde que proibiram os jogos de azar, ele fechou. Vamos seguindo até o Alto de São João, sem pressa, andando devagar, olhando pra todo lado em busca de alguma coisa conhecida. Paramos ao alto, contemplando a cidade aos nossos pés. Casario baixo em ruas estreitas que se enche de povo, numa cidade que vai se tornar metrópole. O menino com o jornal na mão, grita a manchete do dia: “A Real Aerovias inaugura linha para Montes Claros, com voos diários”. Foi, porem, no vôo da imaginação que partimos, dizendo até logo e desligando o telefone. Ludy fica no Leblon e eu vou pra Nilópolis assistir ao ensaio da Beija Flor, minha escola de samba. (José Prates, 84 anos, é jornalista e Oficial da Marinha Mercante. Como tal percorreu os cinco continentes em 20 anos embarcado. Residiu em Montes Claros, de 1945 a 1958, quando foi removido para o Rio de Janeiro, onde reside com a familia. É funcionário ativo da Vale do Rio Doce, estando atualmente cedido ao Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante, onde é um dos diretores)

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