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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 27 de abril de 2024
 

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Mensagem: NATAL E ANO NOVO EM MINHA ALDEIA 22 de dezembro de 2010, quarta-feira. Depois do almoço, em Belô, Célia e eu pegamos estrada. A obra da reforma da rodovia estava quase finda. Só umas três pontes em fase de acabamento, perto de Curvelo e Bocaiúva. Piso liso, mais de cem quilômetros de pista dupla no início da viagem e, portanto, pé no acelerador, sem medo de ser feliz. Fizemos uma só parada, ao entardecer, em Augusto de Lima, para saborear uns biscoitos fritos. Quatrocentos e vinte quilômetros em cinco horas e meia. Antes de irmos a nosso apartamento, passamos pelo Café Galo para dar um alozinho à turma. De lá, ao Skema, onde entregamos uma grande e bela bandeira a Zé Maria, para enfeitar o local onde seria realizado, dia seguinte, o primeiro Natal Pequistanês. Depois passamos numa imensa padaria da Mestra Fininha, compramos alguns produtos indispensáveis a saborosos lanches e rumamos para nossa rua, que homenageia Olímpio Guedes (irmão de Godofredo Guedes), no Morada do Sol. A temperatura baixou uns três graus. Não conseguimos disfarçar nossa alegria ao entrar na garagem de nosso bonito prédio, enfeitado pela majestosa serra, que transmite aprazível ar rurícola ao local. Depois de ajudar Célia a arrumar os teréns, tirei logo o violão do armário e de sua capa, liguei o piano digital e, sentado no sofá da sala, toquei e cantei umas modinhas pra ela. Célia literalmente apagou. Lá é bom demais pra dormir. Quase não há ruídos. Se os houver, serão formosos cantos de pássaros. A gente dorme e acorda naturalmente, conforme a necessidade do organismo. Beleza pura! No dia 23, quinta-feira, acordei por volta das oito horas da manhã, fui visitar minha mãe e levar a ela nosso presente de natal, um perfume francês. Combinei com ela que faríamos uma ceia lá em casa. Liguei pra Marcelo Athayde e encomendei os pratos. Depois fui ao Café Galo matar a saudade de vários amigos e tomar aquele café com leite com deliciosos pasteizinhos de carne moída, que só montes-clarenses sabem fazer. Encontrei com a prima Márcia Vieira e fomos almoçar no Automóvel Clube, aquela comida deliciosa da família de meu queridíssimo amigo e mestre Zim Bolão, vulgo João da Silva Prates. Lá tive o prazer de rever nosso ex-Prefeito e ex-Deputado Federal, o grande médico Moacir Lopes, e Dirceu Pereira, com quem batemos longo papo. Quando retornei, por volta das duas da tarde, Célia estava acordando e preferiu comer uma lasanha, que esquentou no micro-ondas. Depois de uma boa dormida, logo que anoiteceu cheguei ao Restaurante Esquema, onde uma boa turma do grupo da república já se encontrava para nossa festa. Célia não foi porque faltou água no prédio, devido a um probleminha na caixa-d’água, que nosso zeloso síndico já resolvera, mas não dera tempo de encher os três reservatórios, que não haviam sido interligados por um fdp que trabalhara na obra. Era aniversário de Vanessa, esposa de Rodrigo Braz e filha de meus compadres Haroldinho e Ângela. Estavam comemorando ao lado do prédio, no Clube Sirius. A festa pequistanesa foi maravilhosa. Contei cinquenta e duas pessoas. Tão boa quanto a de Belô, que se realizara uma semana antes. Tive o prazer de conhecer pessoalmente muitos cidadãos de nossa república, especialmente um dos três mosqueteiros, o Rogério Borges, com a esposa e um de seus filhos, um garoto inteligentíssimo. Todos fizeram questão de bater fotos, emolduradas por nossa linda bandeira. Elas já estão publicadas em nossa página do Facebook. Zé Maria serviu um arroz com pequi e carne de sol supimpa. Saí por volta de uma hora da madrugada e ainda tentei pegar a festa do aniversário de Vanessa. Infelizmente não consegui chegar a tempo. Mas, da janela de meu apartamento, tive o prazer de falar com meu compadre Haroldo Veloso, pai da aniversariante, que ainda se encontrava no clube que ele construiu, com o mesmo carinho com que dirigiu a obra de nosso prédio. Acordei feliz na sexta-feira, 24 de dezembro, véspera do Natal. Visitei minha mãe e depois, no Café Galo, participei do sorteio de duas cestas de natal, que meu querido amigo Gil Pereira realiza todos os anos. Saí, peguei almoço no Esquema e, por volta das seis horas da tarde, liguei a minha mãe, para trazê-la para nossa ceia, conforme havíamos combinado. Ela simplesmente me disse que não viria, porque estava indisposta. Desejei a ela um feliz natal e fiquei em casa, com Célia, onde recebemos e demos inúmeros telefonemas a vários amigos, ouvimos ótimas músicas e saboreamos a deliciosa ceia, um pouco tristonhos, é claro, pela ausência da grande homenageada daquela noite de Natal. Descansamos, como nunca, no sábado e no domingo. Na segunda-feira, 27 de dezembro, resolvemos instalar um ar condicionado em nosso quarto de dormir, ventiladores nos outros dois quartos, pontos de TV a cabo e internet, e comprar umas telas para enfeitar nossa sala de visitas. Ficamos felizes com o sucesso dessas empreitadas. Tudo deu certo e, já na véspera do Ano Novo, dormimos no maior conforto, felizes por vermos em nossas paredes uma tela de Afonso Teixeira (catopê) e três (pinturas rupestres) de minha querida prima Márcia Prates, cujos ateliers visitamos. No de Afonso Teixeira fui com Tico Lopes e tive o prazer de conhecer pessoalmente o mosqueteiro pequistanês Armando Barros, que me brindou com belas músicas ao saxofone. O cara é “bão dimuais”. Na quarta-feira, 29 de dezembro, tivemos uma bela noitada na casa de Rogério Borges. O cardápio foi uma deliciosa paçoca, feita pela esposa dele, e um arroz com pequi e carne de sol, feito pelo próprio Rogério. Tico Lopes presente. Ouvimos dois filhos de Rogério tocar lindas canções ao violão. Também lá, conosco, o pequistanês Carlos José Leal e esposa. Figuraça esse Carlos! Que educação! E que astral maravilhoso! Tico e eu resolvemos agradecer aos filhos de Rogério, tocando várias músicas de nosso tempo, recitando poemas e contando alguns “causos”. Que bela família! Pais e filhos parecem mais amigos fraternos. Que carinho uns com os outros! Bateu saudade de meu querido Ewany Borges, tão carinhoso quanto. Na sexta-feira, 31 de dezembro, visitamos minha mãe e ela resolveu sair conosco para um passeio pela cidade e para um barzinho. Fomos ao Esquema e ali, numa mesa repleta de amigos, minha velha bebeu duas doses de uísque e teve a alegria de rever filhos e netos de várias pessoas a ela ligadas. Depois a levamos à sua casa, desejamos-lhe um feliz ano novo e fomos nos preparar para virar o ano na casa de D. Aparecida Carvalho, a convite de meu compadre Haroldo Veloso. Belíssima virada de ano. Rezamos um terço, com D. Aparecida ajoelhada perante um lindo altar caseiro, todo o tempo, comandando a oração. Depois do foguetório e das confraternizações saboreamos uma deliciosa ceia. Tomei várias doses de uísque com meu compadre e ficamos, na sala, a bater maravilhosos papos até a madrugada. Célia adorou D. Aparecida. Ela a convidou para um cruzeiro. Contou suas viagens internacionais, sem saber que Célia morre de medo de navegar e que enjoa facilmente no mar. Quando a estava quase convencendo a viajar, narrou que, no último cruzeiro que fizera, a sogra de um de seus filhos, Juninho, falecera no navio, e que uma outra amiga caíra da cama durante uma tempestade em alto-mar. Haroldo e eu, sabedores do medo de Célia, quase morremos de rir. Quando D. Aparecida terminou a narrativa, com a maestria que só ela tem, Célia deu dois beijos em sua face, em agradecimento ao afetuoso convite. Pode esquecer-se desta companheira para suas futuras aventuras marítimas, minha querida D. Aparecida. Sua família é uma das coisas mais lindas de minha aldeia. Se pudermos, e Deus nos permitir, sempre viraremos novos anos em companhia de vocês, mas nunca num transatlântico. Felicidades para a senhora, querida amiga! E para todas as pessoas que a senhora ama. Depois da festa da virada, passamos o sábado, primeiro dia do novo ano, descansando em nosso apartamento, todo arrumadinho, e ainda almoçamos arroz com pequi e picanha, em companhia de Haroldinho e Rodrigo Braz (nunca vi sogro e genro tão amigos!). No domingo, segundo dia do novo ano, após as despedidas de praxe, retornamos a Belô, numa viagem tranquila, de apenas cinco horas, trazendo, com carinho, três mudas de pequizeiro para Daniel Jobim, neto do grande Tom, plantar em seu sítio, em Petrópolis. Ainda com as cabeças voltadas para os momentos felizes que vivemos em Montes Claros, estamos de malas prontas para a Bahia de Todos os Santos, onde Célia certamente ficará quietinha, na beiradinha do mar, sem sequer pensar em entrar num barquinho, sempre nos lembrando da alegria do convívio com tão generosos e fraternos amigos, especialmente de nossa virada de ano, sob o comando desta extraordinária navegante e conquistadora de corações chamada Aparecida Carvalho. Muito obrigado por tudo, especialmente pelo carinho, gente boa de minha adorada e pequistanesa aldeia! Tudo de bom pra vocês!

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