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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: (...). No enlevo do Ano Centenário, o acervo bibliográfico da cidade ganha uma relíquia de 1930. A tradução do francês para o português do livro “Trinta anos de Apostolado no Brasil – pelos Premonstratenses de Park” (Trente années d’Apostolat au Brésil – par les Premonstrés du Parc), de autoria do Cônego Maurice Gaspar. A missão chegou ao Arcebispo Emérito por iniciativa do Abade Geral Dom Tomás Handgraetinger, preocupado em enriquecer o acervo do Priorado Nossa Senhora Aparecida e São Norberto, que reúne as comunidades premonstratenses de Montes Claros e Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Também com noção de grego clássico e perfeito entendimento de latim clássico e italiano, Dom Geraldo Majela, de 80 anos, aceitou o desafio de traduzir 11 capítulos distribuídos em 165 páginas de uma obra feita para celebrar os 800 anos de existência da Abadia de Park, na Bélgica. A casa-mãe enviara para o Brasil, especialmente para Minas Gerais, muitos de seus padres. O 8º capítulo, que relata o surgimento da Diocese de Montes Claros, já está pronto. Trata-se de texto interessante que narra, entre outros detalhes, a movimentação engendrada para sensibilizar Roma a instalar uma Igreja Particular no extremo norte das gerais. Um dos artifícios usados foi a imprensa. Fundado em maio de 1907 pelos premonstratenses, o jornal A Verdade tornou-se uma espécie de porta-voz do entusiasmo dos cônegos Mausen, Gaspar e Lenaerts que leram notícias sobre a criação de cinco bispados no estado de São Paulo. Daí a ideia de dar prosseguimento a projeto semelhante, que abrangeria todo o Norte de Minas, limitando com o estado da Bahia. A princípio, a cidade de Januária, localizada às margens do Velho Chico, seria a sede da Diocese de São Francisco. Valeram-se do semanário premonstratense para levantar essa bandeira autoridades como o Bispo de Diamantina, Dom Joaquim Silvério de Souza, e o deputado Camilo Prates. “Os premonstratenses de Montes Claros pediram ao deputado Camilo Prates lançar o primeiro artigo que apareceu no número 28 do jornal A Verdade (26/12/1907). Alguns meses mais tarde o mesmo periódico reproduzia a circular que Sua Excia. Dom Joaquim acabava de dirigir aos Padres da futura diocese, recomendando-lhes sua valente cooperação em favor da Diocese projetada. Sua Excia. O Núncio Apostólico no Brasil, Dom Bavona, por sua carta de três de abril de 1908, enviada ao Senhor Bispo de Diamantina, exprimia os desejos da Santa Sé com os termos seguintes: ‘A criação de uma Diocese do Norte é urgentíssima e devem-se por isso intensificar os esforços para se conseguir o intento. Conhecendo o zelo de V. Excia. Revma., estou seguro que chegará a vencer toda dificuldade e providenciar ao bem dos fiéis espalhados naquela remota região.” (...) Passaram-se ainda dois anos até o momento quando Sua Santidade o Papa, Pio X, pela bula ‘Postulat sane’ de 10/12/1910, criava definitivamente a Diocese de Montes Claros. Alguns meses mais tarde, Sua Santidade pela bula “Comissum Humilitati Nostrae”, datada de 07/03/1911, nomeava Dom João Antônio Pimenta como seu 1º Bispo.” Noutro momento, Cônego Maurice Gaspar relata decisão de Dom João Antônio de “reservar a Bocaiuva as primícias dos seus trabalhos apostólicos”. Lá oficiou 200 crismas e 500 comunhões durante três dias, de 27 a 30 de abril de 1912. Enquanto isso, seguiam-se os preparativos para a primeira viagem pastoral, rumo ao “extremo noroeste de sua Diocese, na região de São Francisco”. As dificuldades de locomoção eram enormes. “Uma região onde não há estradas de carruagens, nem estradas de ferro, nem conforto, nem hospedarias, é preciso necessariamente que o Bispo se abasteça de tudo o que é indispensável a tais expedições. Assim foi que o novo Bispo de Montes Claros teve de comprar uns vinte animais, cavalos e mulas, canastras (malas de viagem) para o transporte dos paramentos, da roupa branca, das vestimentas, os alimentos em quantidade suficiente para tomar as refeições seja na margem dos riachos ou no cume das montanhas, ou no lugar aprazível de qualquer vale solitário; munir-se de toda a bateria de cozinha, numa palavra sua Excia. Fez uma despesa de cerca de 10.000 francos, para o equipamento completo.” Pela ótica de Cônego Maurice, que participou da caravana, essa foi a mais longa – durou seis meses – e mais importante viagem pastoral de Dom João Antônio Pimenta. Uma peregrinação tão fatigante que levou o prelado a comentar que “sua saúde não resistiria a 2 anos consecutivos a semelhante tarefa”. Mas os resultados consolavam-lhe a alma: houve quase 14 mil crismas e 18 mil comunhões distribuídas. Dom João Antônio visitou a região nordeste da Diocese demorou cinco anos consecutivos para conhecer todo o território da Diocese de Montes Claros. Não se pode negar a crucial influência dos padres de batina branca para o desenvolvimento do Norte de Minas. Além da defesa ardorosa da instalação de uma diocese na região, eles deixaram marcas na cultura, saúde e educação. Criaram o Clube Teatro São Genesco, a Associação Literária Monte Alverne, o Colégio São Norberto e trouxeram para cá Irmãs da Congregação do Sagrado de Maria de Berlaar, que passaram a trabalhar no Colégio Imaculada Conceição e na Santa Casa de Misericórdia.

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