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montesclaros.com - Ano 25 - sábado, 21 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Ex-porteiro assume assassinato de ex-ministro do TSE e mulher - Vannildo Mendes Brasília - Após 14 meses de versões desencontradas, com prisão de inocentes e apelo até ao serviço de cartomante, a Polícia Civil de Brasília apresentou nesta quarta-feira, 17, o que acredita ser o assassino do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela, de sua mulher, Maria e da empregada do casal, Francisca Nascimento. Preso em Montalvânia (MG), Leonardo Campos Alves, de 44 anos, ex-porteiro do prédio onde vivia o casal, confessou ter cometido o triplo homicídio para roubar e também porque estaria revoltado ´por ter sido destratado´ pelo ex-ministro, que lhe teria negado ajuda para conseguir emprego. Os três foram mortos em 28 de agosto de 2009 com 73 facadas. Em entrevista à imprensa na sede da polícia, para onde foi trazido, Alves disse que teve um parceiro na chacina, Paulo Mota Cardoso, de 23 anos, sobrinho de sua ex-mulher, mas negou que haja um mandante. ´Não agi a mando de ninguém´, disse ele. ´Eu estava indignado com a desfeita dele e também estava passando por vários problemas financeiros e de família. ´Ele me disse que se fosse arrumar trabalho para todo desempregado do prédio, teria de abrir uma agência de emprego e me mandou embora´.Apesar da ´grosseria´, o ex-porteiro alegou que usou violência excessiva ´não por raiva, mas por medo´. Segundo ele, ´o plano inicial era só roubar, mas acabamos matando com medo de sermos reconhecidos´. Sabedor dos hábitos da família, por ter trabalhado no prédio por 15 anos, Alves deu detalhes de como entrou no apartamento, cuja portaria estava só encostada, subiu até o sexto andar, onde vivia o casal e esperou que as vítimas chegassem, escondido atrás de uma pilastra.Crime. Pela sua descrição, o primeiro a morrer foi Villela. ´Ele abriu a porta por volta das 19h e nós o empurramos com força para dentro´. Pesado, o advogado teria ficado desacordado na queda. ´Fechamos então a porta e pegamos duas facas na cozinha´, contou. ´Dei a primeira facada pelas costas, com força, depois meu colega foi conferir se ele estava vivo e demos várias golpes mais para garantir que estivesse morto´, narrou.Pela narrativa, a seguir foi abatida Maria, que ainda tentou demovê-los do crime oferecendo dinheiro, joias e o que eles mais quisessem. Ele disse que recebeu US$ 27 mil, trocados por R$ 50 mil e uma certa quantidade de joias, vendida por R$ 9 mil. ´Ela perguntou se eu queria mais, mas como não tenho experiência em assalto, disse que bastava´, contou. ´Mandei então que ela deitasse e quando ela estava no chão, meu colega deu a primeira facada, pelas costas e nós continuamos golpeando até ela morrer´.Por último, chegou Francisca, que havia saído para fazer compras da casa. Ele disse que a empregada morreu por infortúnio porque quando chegou, os dois já estavam de saída. ´Tivemos de matá-la também para ela não nos delatar´, afirmou. ´Das três, é a morte que eu mais me arrependo, fui muito azar´, contou. Depois os dois retornaram para Montalvânia, a cerca de 600 quilômetros de Brasília, onde Alves foi morar após perder o emprego, em 2009, três meses antes do crime.Erros. A confissão do ex-porteiro desconcertou a Polícia Civil, que cometeu vários erros na investigação e já havia incriminado a arquiteta Adriana Villela, filha do casal, como co-autora do crime, de olho na herança do pai, dono de uma das bancas de advogados mais requisitada de Brasília. Ela nega a acusação e espera o desfecho do caso para decidir que medidas judiciais vai adotar. ´Precisamos aguardar o resultado com cautela porque se eles erraram absurdamente comigo, podem estar cometendo novas injustiças´, criticou. O diretor-geral da Polícia Civil, delegado Pedro Cardoso, considerou a confissão de Alves harmônica com a posição dos corpos, a cena do crime e as provas periciais até agora produzidas, mas não descarta o envolvimento de uma terceira pessoa na triplo homicídio. Ele vai levar Alves para reconstituição do crime no imóvel e disse que, por enquanto, não vai excluir o nome de Adriana do rol de suspeitos. Embora as evidências mostrem que a polícia e o Ministério Público erraram ao denunciá-la, tecnicamente ela continua ré no processo, acusada de coautoria.Cardoso participou das buscas em Montalvânia e disse que a polícia encontrou joias roubadas e ouviu pessoas envolvidas também na troca dos dólares. A mulher do ex-porteiro confessou ter recebido de presente do marido um pingente roubado, que pertenceria à coleção de Maria. Mas para ele, o caso não está encerrado. ´Demos um largo passo na investigação, mas precisamos estabelecer de forma muito criteriosa a conduta de cada um no local do crime, a participação efetiva, o proveito obtido com o produto do roubo e as motivações´.O promotor Maurício Miranda, que ofereceu a denúncia contra Adriana, aceita pela justiça, pediu o afastamento do caso da delegada Débora Menezes, da 8ª DP, cujas investigações paralelas levaram à prisão do ex-porteiro. Ele quer também de fora o juiz Sandoval Barbosa, que determinou o arquivamento da denúncia contra a filha do casal. Para ele, Adriana é suspeita de envolvimento no crime porque tinha relação conflituosa com os pais por dinheiro e foram encontradas digitais dela no apartamento, indicando sua presença no dia dos homicídios.Alves contou que, desde o crime, prestou depoimento duas vezes, intimado pela delegada Martha Vargas, da 1ª DP, a primeira encarregada do caso, mas negou participação. Autora de atropelos, como seguir pistas falsas por orientação de uma vidente, Martha acabou afastada do cargo e do caso e responde a processo administrativo interno. O ex-porteiro alegou que, desde a demissão, meses antes do crime, vivia em Montalvânia, onde estaria no dia dos homicídios e ela aceitou o álibi.Só recentemente, após a prisão de um filho de Alves por porte de drogas e mais recentemente a do parceiro Paulo, acusado de um outro assassinato na região de Montes Claros, a Polícia retomou a pista abandonada. O filho de Alves fez confidências com outros presos na penitenciária da Papuda e, durante uma reportagem sobre o crime, mencionou joias que o pai vendera na cidade

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