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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: UMA COISA E OUTRA Waldyr Senna Batista Não há sinais evidentes de que a vitória acachapante de Dilma Rousseff sobre José Serra, em Montes Claros, possa vir a turbinar a influência do Partido dos Trabalhadores na cidade, como imaginam alguns de seus adeptos mais fervorosos. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Basta lembrar que, na campanha de reeleição do presidente Lula, quatro anos antes, a votação dele na cidade foi igualmente esmagadora, e nem por isso o PT teve melhorada sua performance na eleição municipal que se seguiu, limitando-se a eleger um vereador. E olhe que, naquela oportunidade, a votação do presidente correspondeu a três votos em cada grupo de quatro apurados. Na eleição de agora, a candidata de Lula foi contemplada com dois de cada três votos registrados nas urnas eletrônicas. Isso, traduzido em números, significa que, dos 179.125 eleitores, votaram nela 120.444 (ou 67,33%), contra 58.681(ou 32,76%), que preferiram José Serra. Uma vitória maiúscula, nos moldes tipicamente nordestinos, sob influência do bolsa-família e de outros programas eleitoreiros patrocinados pelo atual governo. Na verdade, votos destinados a Lula, pois a quase totalidade dos que votaram em dona Dilma não sabem quem é ela. Da mesma forma como procederam os eleitores de qualquer cidade do sertão nordestino, a que Montes Claros se iguala. A influência do PT local nessa verdadeira surra eleitoral foi nenhuma. E, por isso mesmo, o potencial do partido em Montes Claros, que nunca ultrapassou dois vereadores, deverá continuar o mesmo. Já houve ocasião em que não elegeu nenhum, e atualmente conta com um, depois de ter tido um vice-prefeito, o que não serve de parâmetro, pois ninguém vota em vice. No caso, findo o mandato, ele saiu de circulação, depois de colher derrota em disputa de cadeira na Assembleia. Nada indica que, na próxima eleição municipal, o PT conseguirá romper os limites restritos que ele próprio criou, ao aplicar rigor excessivo para admissão de adeptos quadno de sua implantação. Fechou-se, recusando a adesão de figuras consagradas na política local, se é que alguma delas tenha manifestado disposição nesse sentido, tamanho era o preconceito em relação ao radicalismo adotado pelos petistas, aqui e em todo o país. Em grande parte devido a isso, o partido não cresceu e agora não tem referência na cidade. Essa é a grande dificuldade com que se defronta nessa fase favorável que atravessa, com a eleição de sua principal figura para dois mandatos de presidente da República, e a eleição da sucessora dele. Sem nome de expressão, os petistas estariam se movimentando no sentido de lançar mão de político estranho ao município para a disputa da próxima eleição. Mas é pouco provável que concretizem esse intento, a não ser apenas para marcar posição e abrir caminho para as eleições futuras. Aliás, com o revés sofrido na eleição do mês passado, em que suas principais figuras não conseguiram eleger-se, Montes Claros está ameaçada de se tornar alvo do apetite até de políticos que se tornaram profissionais na função de prefeito, mudando o domicílio eleitoral assim que se esgota a possibilidade legal de reeleição em suas cidades de origem. Um deles, que não é do PT, valendo-se de assessores que atuam na imprensa local, vem lançando balões-de-ensaio nessa direção, como se Montes Claros aceitasse apequenar-se a esse ponto. Como até agora ninguém se manifestou contrariamente a esse lance de oportunismo, pode até ser que sim. Mas isso é outra coisa. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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