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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Ruído de advertência Manoel Hygino dos Santos - Jornal Hoje em Dia Um círculo em torno do sol, em torna de 11h30 do dia 24 último, uma sexta-feira, sol quente em Montes Claros, foi visto pela população que ousava olhar para o alto. Os entendidos explicaram que não passam de fenômenos ópticos provocados pela refração da luz, uma espécie do que se vê nas noites de nevoeiro, cercando as lâmpadas nas ruas. Cinco dias depois, a terra tremeu ali, quando o sol estava escaldante como nos dias precedentes. O site da Universidade de Brasília estava sobrecarregado devido ao elevado número de acessos. As pessoas temiam que algo fora de propósito acontecesse. O montesclaros.com esclareceu que dois tremores de terra tinham sido registrados às 13h05 e 14h35, com, respectivamente, 2.7 e 2.3 na escala Richter. Até aquele instante, não se pensava que na cidade que marcou o surgimento do movimento revolucionário de 1930 em Minas Gerais, outros abalos pudessem ocorrer, mesmo por força da natureza. Coincidentemente o epicentro foi no centro da cidade, como 80 anos antes. Novas informações do boletim sísmico seguinte com notícias tranquilizadoras: não haveria um Haiti no sertão mineiro em plena Primavera. Ainda bem! De qualquer modo, o norte-mineiro assistia a tudo com desconfiança. Em tempos idos, a terra costumava tremer no Oeste do Estado, pros lados das cidades natais de Magalhães Pinto e Hélio Garcia. Em Bom Sucesso, berço dos Guimarães e dos Castanheiras, cidade do cirurgião Fábio Pimentel Martins, que me extirpou a vesícula recentemente, esses abalos eram folclóricos, como os bondes que, por décadas, percorreram suas ruas. O fato se prestou a que eu tomasse conhecimento de que, há 50 anos, esse fenômeno se registra, sem consequências danosas à minha cidade e região. São meras acomodações da crosta terrestre, que contudo intimidam as beatas e os que se inquietam com o fim do mundo. O site do jornalista Paulo Narciso estava em posição escoteira: sempre alerta, enquanto populares saíam as ruas, principalmente os que moram em casas mais humildes e toscas. E, ainda, os que residem ou têm escritórios nos edifícios. A recomendação era para que todos mantivessem a calma, conselho sempre oferecido nas horas de incerteza e dor. Alguns segundos de oscilação na crosta e um único surdo ruído como um trovão, sem que houvesse qualquer sinal de chuva, fizeram com que se retirassem os terços e rosários das gavetas, porque é na hora das ameaças e das dores que mais se pensa e se apela a Deus. Os mais fanatizados pela política insinuavam que o grande ruído no útero da terra e seus consequentes abalos eram uma séria advertência para que os cidadãos se compenetrassem da obrigação de votar com consequência no pleito que se avizinhava. Enfim, 3 de outubro estava chegando. O verdadeiro julgamento, porém, só poderia dar-se quatro anos após, na medição dos serviços prestados pelos candidatos eleitos. É da democracia.

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