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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Foi enterrado neste domingo José Salgado Sobrinho. Nome comum entre os comuns, ganha lembrança quando recebe seu nome de vida: Zé Grande, Mestre de Obras. Foi ele o mestre que construiu aqueles aquela lajes imensas do Colégio São José, do Pentáurea Clube e do antigo Colégio Agrícola, hoje UFMG de Montes Claros. Conbstruiu por instinto e por apalpos aqueles vãos todos. Acrescento, com apalpos, instinto e experiência de vida. Não virou bolor, como acreditavam alguns. ´Sêo´ Zé Grande era grande mesmo, inclusive no coração, embora mostrasse cara de mal. Ensinou-me que não devemos olhar a vida só como coisa exótica. ´Sêo´ Zé Grande era um conhecedor da vida, um boiadeiro, o verdadeiro cavaleiro do sertão. Tudo nesta vida é muito palpável, ele dizia, nos papos raros quando se soltava dos jardins da solidão, onde frequentava muito ultimamente. Cantava e contava pros netos e bisnetos o tempo que se foi, sem contar nem cantar. Apenas no olhar. Pena que os netos e bisnetos não compreendessem o que tinha dentro daquele homem. Nem mesmo alguns filhos sabiam... Zé Grande viveu nos últimos tempos da lembrança da Fazenda São João, lá pros lados de Lagoinha. Onde sempre fazia a melhor fogueira da região que conheci. E ainda saia servindo uma cachacinha pros amigos e inimigos que ali estavam na noite da amizade sincera. O coração de ´Sêo´ Zé Grande anda agora pelas matas, pelo Reino do Clarear, com sua alma que é toda sertão. Seu reino sertanejo ainda são as florestas, onde se contempla bichos e águas nos rios. Brejo, boi e cerrado. Conhecedor destas matas, chamava toda árvore de pé-de-pau, menos aquela de fazer cerca, madeira de lei, vinhático, aroeira. E mais aquela onde se tira medicina, jambolão, pau d`arco, mulungu, genipapo. Agora, no reino sertanejo na terra do sem-fim - entre angicos e passarinhos, sariemas, capivaras, tatu, jaboti e o solo (ouça) de um canário-do-reino, terá sua rede no arco íris, para descansar do trabalho feito na terra, onde deixou 12 filhos - oito homens, quatro mulheres, inclusive minha esposa, Inês -,pois por aqui, este negócio de descanso, não tinha. Seu velório foi do jeito que queria: com pinga de sua coleção, amigos do peito, farofa, alegria. Choro? Pra que? Rolou foi prosa da boa, um desfilar de causos... ´Sêo´ Zé Grande tinha, na roça, amor de verdejar. Hoje, está na festa do céu. Mesmo que com uma ponta de saudade de Dona Preta. Mas um dia eles se encontram. Ou melhor, um dia, todos nós nos encontramos.

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