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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: O que dizem os números Waldyr Senna Batista Números levantados no IBGE( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) pelo economista Geraldo Matos Guedes, professor da Unimontes, em parte corrigem e também confirmam o que aqui se tem dito sobre a economia de Montes Claros, na busca de sua identidade. A principal conclusão é de que, de fato, o segmento serviços, em que se insere o comércio, entre outras especialidades, é o componente mais importante do PIB ( Produto Interno Bruto ) do município. Em 2007, último ano com dados disponíveis, esse setor representou 62,20% do total. Se esse índice surpreende, por ser elevado, mais surpreendente é o que se refere à pecuária, que em passado remoto era tida como o sustentáculo econômico do município. Na atualidade, segundo o IBGE – acredite – ela representa irrisórios 2,62% do total. A indústria, nas décadas de 60 e 70, experimentou forte expansão graças aos incentivos fiscais da Sudene. Encerrado esse ciclo, restaram poucas unidades em funcionamento, mas, mesmo assim, tem índice nada desprezível, de 23,54% do PIB montesclarino. O levantamento revela também dados curiosos, como o da participação do governo (município, Estado e União, somados) na formação do PIB: a arrecadação de tributos aqui, em 2007, foi de R$ 376 milhões ( 11,63%), enquanto os gastos alcançaram a cifra de R$ 454 milhões (14,03%). Ou seja, nos três níveis da administração pública, os gastos foram superiores à receita. Mas isso não significa que tenha havido investimentos expressivos em obras públicas. O maior volume desses recursos é expressado pelos salários pagos ao funcionalismo, que forma as duas maiores folhas de pagamento da cidade: a da Prefeitura ( atualmente com mais de 10 mil servidores), com R$ 12 milhões; e a da Unimontes, que gira em torno de R$ 3,5 milhões. De qualquer forma, sem perdão do empreguismo, trata-se de significativa injeção mensal de recursos na economia local. Ler cifras em coluna de jornal é exercício enfadonho. Para quem conseguiu ler até aqui, eis uma informação animadora: ao contrário do que se imagina, o PIB municipal está crescendo, e, melhor ainda, crescendo mais do que o PIB nacional. Somou R$ 896 milhões em 1995, tendo chegado a R$ 3,24 bilhões em 2007. No bolo econômico, a participação de Montes Claros é exagerada, como mostram os dados do ano de 2003, período em que a região Norte de Minas teve participação de 3,9% no PIB do Estado ( R$ 5,6 bilhões ), enquanto a parcela de Montes Claros no PIB da região foi de 34% ( R$ 1,9 bilhão). Quer dizer que, no conjunto de 89 municípios que integram a região, Montes Claros abocanha a terça parte. Esse fenômeno não é recente e, possivelmente, deve ter sido até maior no passado. Ultimamente, têm surgido sinais localizados, como Pirapora e Janaúba, de expansão da economia regional. A produção de frutas no projeto de irrigação da Jaíba também é indicador positivo. Criada recentemente, a Adenor ( Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas ) está desenvolvendo projeto que visa a criação de sete sub-regiões na área mineira do Polígono das Secas, com banco de dados e pesquisas para orientar futuros investimentos. O propósito é tentar reduzir e melhorar a distribuição de recursos. A diversidade de Montes Claros que os números mostram dificulta a adoção de slogan que defina a identidade econômica da cidade, objetivo inicial desta série de textos sobre o tema. O escritor Augustão Baladoce, bairrista de quatro costados, que tem acompanhado o trabalho, enviou comovedora mensagem, da qual se destaca o seguinte trecho: “Sua análise econômica é perfeita, a meu juízo. Só quero registrar que somos conhecidos também por nossa alegria, por nossa facilidade em fazer amigos, por nossa sinceridade e franqueza e por nosso amor à arte musical. Somos violeiros catrumanos. E essas nossas virtudes atravessam os tempos e as conjunturas econômicas”. Pois é, além de roedores de pequi, violeiros... (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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