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montesclaros.com - Ano 25 - domingo, 22 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Nem sacra nem profana Este mês de setembro, fim do inverno e início da primavera, foi da poesia, em que pese contra o ensurdecedor barulho das ruas, provocado pela propaganda eleitoral, que nos remete a Schopenhauer quando ele se revolta contra Frankfurt, onde vivia, em razão do barulho das ruas: “Não podemos permitir que, por meio de insolente barulho prejudiquem (os homens) os mais elevados esforços da espécie humana”. Neste mês escrevi, a pedido de Dário Cotrim, um pequeno texto para a orelha da contracapa de seu livro “Poetas Ilustres” e comentei uma obra maravilhosa da poetisa Evany Cavalcante Brito Calábria. Com sua bondade extrema, Manoel Hygino dos Santos, ilustre membro da Academia Mineira de Letras, mandou-me um e-mail comentando o Prefácio que escrevi para o livro de Karla Celene Campos: “Os bares nunca fecham”. Tenho em mãos o livro de poesias “Visceral”, de Janete Ferreira da Silva, Gildete dos Santos Freitas e Merli Fróes, selo da Editora UNIMONTES, que Dário Cotrim está comentando. Visceral no sentido figurado de muito íntimo ou profundo. Falarei sobre ele oportunamente. Recebi o livro de poesias “Nem sacra nem profana – Humana!” de Lirs Helena Mendes, gentilmente doado pela Autora, em edição independente, com a dedicatória: “Dr. Petrônio. Sinto-me honrada por você ter se interessado por meu livrinho. Um abraço carinhoso, Lirs”. Da orelha da capa extrai-se que ela, ex-funcionária do Banco do Brasil, é montes-clarense e dedica-se, além da poesia, às artes plásticas (pintura e escultura) e especialmente à Biodanza. A Biodanza é um sistema de danças, possivelmente de origem espanhola, de integração afetiva, que, como informa a Wikipédia, promove o desenvolvimento humano baseado em experiências intensas no “aqui e agora”, criadas através de movimentos de dança e através de situações de encontro não verbal dentro de um grupo, centradas no olhar e no toque físico. Lirs Helena Mendes desenvolvendo seu trabalho no Brasil e no exterior, sendo facilitadora de grupos regulares e didata de Cursos de Formnação de Docentes, titulada pela International Diocentric Foundation. Ela é também autora do livro “Biodanza e Argila” e da monografia “Liberdade para Criar”. Um mundo novo, que me é desconhecido. Na Apresentação do livro Rosarinha nos confessa que ao ler a poesia de Lirs, em páginas “escritas em vermelho”, “mergulhei num mundo muito especial, em que uma mulher lua, às vezes cheia, às vezes meia, busca ser luz... e ser Lirs”. Ela observa que “a poesia de Lirs não é sacra, tampouco é profana. E ao adjetivo com que ela define a sua obra – humana – eu juntaria sensível, delicada, sensual, viva, forte, ousada, autêntica, às vezes brincalhona...” As suas poesias não têm título, têm sentido. Começam e acabam soltas, livres, leves, diferentes, sensuais. Freud não explicaria, nem descomplicaria os seus versos de amor. Profana, quando ela delira, “com sangue vivo a circular nas veias e amor sem peias”: “Ah! Como eu quero viver / Um amor rasgado / Um amor bem safado / Que tira a roupa na praça / Rola na grama / Picha o céu / Distribui planfletos / Mostra a alma / Entrega o peito”. Parcialmente sacra: “Eu sou! / Lua, estrela, sol, fogo, água cristalina. / Flúida... entregue ao curso da vida. / Eu sou, / E sonho mágicas realizações. / Sou! / Terra e fruto, / Mãe e alimento. / Sou! / Procura e espera, / Encontro e desencontro. / Sou tudo! / Sou nada. / Criação divina! / Obra inacabada! / E, / Com as mãos de Deus / E as minhas, / Vou me fazendo! ...” A poesia profana, em língua portuguesa, nos veio da Idade Média, com os trovadores galego-portugueses dos Séculos XIII e XIV. A poesia sacra não teve origem outra. Ela também nos veio da Idade Média, pela influência dominadora da Igreja. Mas as criações nem sacras, nem profanas são um produto do Renascimento, e se estenderam até o Modernismo com a liberdade conquistada pelos literatos, alforriados dos elos limitadores das escolas literárias. Lirs Helena Mendes é uma poetisa ultra moderna.

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