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montesclaros.com - Ano 25 - segunda-feira, 23 de setembro de 2024
 

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Mensagem: A coordenação que falta Waldyr Senna Batista Ao anunciar que a saúde em Montes Claros está cada vez melhor, a publicidade oficial entra em conflito com a realidade. Esse talvez seja o setor mais justamente criticado da atual administração, o que não chega a surpreender, pois o sistema universalizado de atendimento transfere para os municípios recursos sempre insuficientes em relação à demanda, que não para de crescer. Há ainda a ação eleitoreira de “cristãos novos” que dão a falsa impressão de que a solução do problema está na alçada deles e pode ser resolvido com simples conversas, audiências públicas sem consistência e contatos aleatórios em gabinetes. Nada disso resolve,até por que esse quadro é predominante em todos os municípios, notadamente os que funcionam como polos regionais, caso de Montes Claros. A saúde torna-se assim o setor mais vulnerável da administração, que, para complicar, ainda não conseguiu montar secretariado definitivo e confiável. Há secretarias chefiadas por interinos ou adjuntos, que se tornaram vagas por motivos políticos, eleitorais-legais, de saúde e até disciplinares. Mas o principal defeito é o modelo heterogêneo que serviu de base para a formação da equipe. A desarticulação é evidente. E o prefeito Luiz Tadeu Leite tenta sanar as arestas com a criação da secretaria de relações institucionais, entregue ao ex-secretário da Fazenda, Pedro Narciso, que se afastou da área financeira alegando motivos de saúde. Mas a verdade é que aquela nunca foi a praia dele. Na coordenação política seu desempenho será muito melhor, livre de números que não batem e já provocam atrasos com fornecedores e folha de pessoal. A Secretaria da Fazenda vem sendo chefiada interinamente por adjunto, que pode acabar sendo efetivado, pois a garimpagem na busca de nome qualificado para a função tem sido infrutífera. Essa área é a mais sensível na administração pública ou empresarial, e seu preenchimento se enquadra no que se costuma denominar de “quota pessoal do prefeito”. Teoricamente, todos os componentes do secretariado devem ser pessoas da confiança do prefeito. Mas injunções políticas contrariam essa norma, especialmente em administração que agrupou até antigos desafetos para ganhar a eleição. Impor o sentido de conjunto em aglomerado com peças tão diferenciadas é tarefa de engenharia política. A seleção de Dunga, na África do Sul, sucumbiu por se caracterizar como ajuntamento. Em apenas 18 meses de administração, o grupo atualmente em atividade na Prefeitura é bem diferente do que posou para a foto no dia da posse. Muita gente saiu e se há áreas em que ainda não houve reposição, também há secretários demissionários que aguardam apenas a designação de substituto. O secretário da Saúde, José Geraldo Drummond, um dos poucos nomes de peso no secretariado, estaria nesse caso. Ele vem sendo pressionado para sair desde o momento em que entrou. A pressão é de fora para dentro, patrocinada por desafetos do seu tempo de reitoria da Unimontes, facilmente identificáveis. Ele ausentou-se da função no período em que foi a Portugal para defender tese de doutorado e aproveitou para realizar “tour” pela Europa. Na sua ausência, o adjunto Valdeir Barreto pediu demissão e a Secretaria ficou virtualmente acéfala. Aliás, o prefeito já respondeu aos descontentes que substituições não resolvem, pois o que faltam são recursos. Nos meios políticos, a flagrante desarticulação reinante no primeiro escalão da administração tem sido atribuída, em parte, ao lançamento da candidatura do filho do prefeito na corrida eleitoral. Grupos que estiveram na campanha municipal esperando reciprocidade na eleição deste ano, estariam insatisfeitos. São deputados estaduais que esperavam herdar parcela do acervo eleitoral dominado pelo atual prefeito, que,antes de lançar Tadeu Filho, se limitou a ouvir um ou outro. Os demais sentiram-se traídos. (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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