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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Eu sou do tempo em que tomar leite e chupar manga fazia mal. Morador da rua Rayo Christoff, onde até hoje mora minha mãe, recordo-me dos vizinhos e de fatos que nos aconteceram. Originada de terrenos pertencentes ao Capitão Enéas Mineiro , que ali tinha uma algodoeira (hoje boite Usina), um depósito de madeiras (hoje galpão de propriedade de Paulinho Costa), e o escritório da Central de suas empresas (hoje um posto de gasolina), a região era habitada por alguns de seus empregados. ´Seu´ Mário Almeida, Contador-Chefe, ´Seu´ Braz Brasil, comprador de madeira, além de meu avô, Salvador Rametta, caixa e braço direito do Capitão. Nós, a meninada, tínhamos por hábito as brincadeiras de ´porta-bandeira´, ´soldado e ladrão´, e outras que proporcionavam uma reunião diária, após a volta da escola. A rua, totalmente de terra batida, vez or outra recebia um cascalhamento, a fim de facilitar o trânsito dos FNM`s que transportavam fardos de algodão beneficiado ou as peças de madeira que eram produzidas na serraria da então Burarama. Por ser o único acesso ao centro da cidade, de quem vinha do ´Alto Severo´, nome antigo do atual Bairro Santo Expedito, conhecíamos todos que por ali passavam diariamente. Uma das figuras tradicionais era um ´gay´ a quem tratávamos de Requebra. De origem humilde, trajava-se com uma camisa meia-manga, calça apertada e geralmente andava descalço. Seu andar bamboleante deve ter lhe dado o apelido. Sempre que se aproximava, era esperado que alguém da turma lhe provocasse, já que detestava o apelido. O grito de guerra para provocá-lo era ´requebra que te dou um doce´. Era gritar e ele aprontava um xingatório dos diabos. Certo dia, da porta de minha casa, vi Requebra aproximando-se. Não me contive e lancei o grito que tanto lhe incomodava. Quando vi, em vez de ficar apenas nos resmungos e ofensas, abaixou-se, e apanhou um ´calhau´ dentre os muitos que estavam nos diversos montes de cascalho. Apavorado, subi correndo as escadas de minha casa, tentando esconder-me no alpendre. Da pedrada escapei, mas na madeira da janela ficou a marca de sua pontaria certeira, além de um vidro trincado.

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