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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Ao som das vuvuzelas Waldyr Senna Batista Em tempo de Copa do Mundo, não há como fugir ao tema, contrariando o foco habitual da coluna. Mas, com algum esforço, será possível identificar semelhanças entre a seleção brasileira que disputa a Copa na África do Sul e a atividade política em Montes Claros. Dunga, o treinador da seleção, trabalhou três anos e meio para montar o time que deveria reunir os jogadores mais talentosos e eficientes do Brasil, mas pode não ter alcançado o objetivo, pelo que se viu na fraca apresentação contra a equipe da Coreia do Norte. Amanhã, quem sabe ? O prefeito Luiz Tadeu Leite, que assumiu a Prefeitura pela terceira vez, prometeu reunir as melhores cabeças, mas limitou-se até agora a escalar time de qualidade discutível, além de não conseguir preencher todas as posições, devido ao entra-e-sai interminável, inclusive por falta de aptidão de alguns dos convocados. Houve também quem recusasse o chamado, outros se apresentaram contundidos e alguns tiveram de se afastar devido a exigências legais. O técnico da seleção foi escolhido pela cartolagem da CBF para transformar em realidade o grande sonho do hexa-campeonato; o prefeito, ao se eleger, conquistou o tri-campeonato, com a missão de realizar a administração dos sonhos dos eleitores, mas, até agora, o sonho continua sendo sonho, com ameaça de se transformar em pesadelo. Experiente de muitas jornadas, inclusive em estádios do exterior, Dunga projetou escalada vitoriosa, classificando a seleção por antecipação para a disputa da Copa. Supunha-se que ele soubesse tudo sobre o assunto, mas começou a fase final em condições pouco animadoras. O prefeito, ao assumir, após preleção feita aos craques que passaram a compor sua equipe, alinhou itens importantes, dando a impressão de que só esperava soar o apito para dar início ao jogo. Tudo indicava que iria tirar de letra as dificuldades,pois tática e estratégia não faltavam para: 1) reformulação do trânsito da cidade; 2) retomada da construção do Mocão; 3) construção de centro de convenções, tendo no comando do ataque ninguém menos do que Oscar Niemeyer; 4) implantação de moderno sistema de coleta e tratamento de lixo; 4) aplicação de choque de gestão, que proporcionaria lançamentos para o interior da grande área, onde atacantes habilidosos marcariam os gols que levariam à vitória. Mas nada disso aconteceu. Dunga chegou à Copa sem sistema tático definido. A equipe dele mostrou-se lenta e foi imobilizada por retranca aplicada pela fraca Coreia do Norte, país que se notabilizou pela figura exótica do ditador que só pensa em bomba atômica e onde sequer se suspeitava que houvesse a prática do futebol. Aqui, o prefeito sabe tudo o que se deve fazer nas quatro linhas da administração, mas parece ter sido surpreendido por adversário que arma barreiras com a falta de recursos para a realização de obras. A “jabolane”, a bola cheia de trejeitos traiçoeiros adotada pela Fifa, está na marca do pênalti, mas não pode ser arremessada para as redes porque tudo o que se arrecada mal dá para quitar a folha de pessoal. São mais de dez mil espectadores superlotando as arquibancadas. À frente da seleção, técnico algum consegue unanimidade para suas decisões em campo. Afinal, o Brasil conta com quase 200 milhões de técnicos de futebol, todos mais entendidos do que o designado pela CBF. Não seria na Prefeitura que alguém iria obter aprovação unânime, até porque a escolha do comandante ali se dá em disputa eleitoral em que os concorrentes derrotados deixam o gramado ao final do pleito e passam a torcer sistematicamente contra. Tudo isso, no caso da Copa atualmente em disputa, ao som das insuportáveis “vuvuzelas”... (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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