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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: MONTESCLAREADAS XIII 1962, um nobre rebento figueirense, o Tico Lopes já era tirado a posudo e cabeceira. Como fora convidado para a festa de casamento de Dedé Lopes e dona Fiinha, esperava isso sim, em lá chegando, ser visto e admirado com destaque entre os curumins presentes. Foi todo arrumado como gente. Cabelo cortado à moda Príncipe Danilo, topete grudado no Gumex, jardineira segura por um suspensório com presilhas douradas, lencinho de organdi no bolso superior, usando um moderno quedes e calçado com meias Lupo da melhor cepa. Para sua surpresa e seu carma, o menino João roubou a cena. Como já sabia recitar uma pequena poesia o guri virou destaque principal. Posto em cima das mesas, carregado nos braços, pra lá e prá cá, a recitar... ”eu ganhei uma pêra/prá casá com Rany de Alcides Ferreira”. Como se tornou a atração maior recebeu todos os cuidados e comeu do bem bom e do melhor. O nosso Tico Lopes relegado ao plano terciário, nem foi notado no ambiente! Ficou amarelo e babando de inveja enquanto o já desafeto, deitava e rolava atraindo os gemidos das meninas presentes. Por esse pequeno verso o dito recitador gesticulava e fazia pose exagerada como se fosse o maior artista da paróquia. Tico Lopes tinha em seu currículo já ter participado de uma encenação de batizado de boneca, no papel de padre oficiante e devidamente “batinado” em papel crepom. Julgava-se gabaritado e merecedor de um destaque na festa e não foi o que aconteceu, por ironia do destino. No dito batizado de boneca a mestra Carlota Prates havia escrito e ensinado o Tico a declamar um verso alusivo: “Eu te batizo com água pura porque você é uma criatura.”. Ao retornar da insidiosa festa e já no Jardim de Infância Presidente Bernardes onde estudava, Tico procurou o Crisógono e lhe relatou o seu infortúnio. Empático e enquanto escutava o relato do sucedido, Crisógono escreveu no selim da bicicleta sueca um verso para o invejoso mirim declamar na próxima oportunidade. Textualmente, o verso dizia: “Eu batizei a boneca, com água benta e batina. Vou casar com a Vicentina”. A Vicentina, musa do rebento invejoso era, a bem da verdade, Clarete Gomes. Agora diga meu caro leitor, se nós não temos poesia. Nós somos curraleiros, campesinos, preconceituosos, praticantes do murrão da roça, pitadores de cigarro de palha, degustadores de farinha Morro Alto, tomadores de cachaça Viriatinha, mas somos cabeceira! Nós somos chiquérrimos!..

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