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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 24 de setembro de 2024
 

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Mensagem: Pequi afrodisíaco Waldyr Senna Batista O historiador Hermes de Paula foi talvez o maior divulgador do pequi, que, graças ao seu trabalho, transformou-se numa espécie de símbolo da cidade e da região. Ele pronunciava palestras e produzia textos em que destacava as qualidades nutrientes do pequi e os benefícios que ele propiciava como alimento da população pobre. Entre as qualidades, referia-se ao poder afrodisíaco da fruta, embora não dispusesse de embasamento científico para sustentar a tese. A afirmativa talvez fosse mero recurso para estabelecer a interatividade com a plateia, recurso bastante usado pelos palestristas. No máximo, dispunha de informações resultantes da tradição oral, segundo as quais, no decorrer dos nove meses após o término da safra anual do pequi, crescia a incidência de mulheres grávidas em áreas onde predominava a pobreza e a fruta amarela figurava como item importante do que hoje se denomina de cesta básica. A plateia se divertia com a referência maliciosa. Isso é o que sempre se falou e se teve como curiosidade integrada ao folclore regional. O que não se sabia é que, em Montes Claros e outros municípios do Norte de Minas, é expressiva a prevalência de partos duplos, fenômeno que pode ter algo a ver com o consumo de pequi. Os índices são tão significativos, que se criou aqui a Associação de Gêmeos do Norte de Minas, com o objetivo de pesquisar, já agora cientificamente, as razões do fato. A informação está há muito tempo na Internet, com riqueza de detalhes, e está vindo à tona devido a publicação de reportagem em revista de circulação nacional, voltada para temas científicos, diferindo, em parte, do que consta da Internet. No grupo de 15 pessoas, dedicado à pesquisa, figura a montes-clarense Patrícia Corby, que trabalha na Universidade de Nova York, patrocinadora do projeto. Na verdade, a pesquisa se relacionava à cárie dentária, mas acabou estendendo-se à questão do pequi. Na rede, artigo assinado por Guilherme Rosa (que não foi identificado por informantes consultados pela coluna) sob o título de “A fruta dos gêmeos”, começa por dizer que “o pequi é uma fruta cheia de segredos” e se refere aos rumores de que, “De acordo com uma lenda local, ele seria um potente afrodisíaco, responsável pelo grande número de gêmeos na região”. O autor cita dados estatísticos: enquanto no resto do Brasil a média de gêmeos fica em torno de 1,5% da população, em Montes Claros se situa em 3% a 4%. Intrigados com esses números, diz o autor, pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, criaram há quase dez anos, em Montes Claros, entidade destinada a estudar se a cárie dentária tem componente genético, e concluiram que o ideal seria estudar uma grande população de gêmeos e comparar a incidência do problema em pessoas com o mesmo genoma. Montes Claros foi escolhida devido aos índices e, certamente, também por influência de Patrícia Corby e do brasileiro Walter Bretz, Ph.D em epidemiologia oral pela Universidade de Michigan, professor do Departamento de Cariologia da Universidade de Nova York e responsável pela associação. Trata-se, como se vê, de assunto da maior seriedade, envolvendo 1.200 gêmeos, além de receber pesquisadores do exterior. No decorrer dos quase dez anos de existência da entidade, os cientistas envolvidos no projeto publicaram diversas pesquisas, comprovando o componente genético da cárie e do mau hálito. Há cerca de um ano, segundo o articulista, eles acabaram dando atenção para os boatos sobre o pequi e investiram para avaliar se a fruta tem mesmo a capacidade de elevar a incidência de gêmeos. E conclui Guilherme Rosa: “Os pesquisadores podem acabar descobrindo alguma substância na fruta que interfira na reprodução e na ovulação. Mas, por ora, ainda não há fatos que indiquem que os poderes afrodisíacos e duplicadores do pequi sejam mais do que lenda”. Com todo o respeito, desde a primeira metade do século passado, usando apenas o rudimentar processo do “olhômetro”, Hermes de Paula, médico e dono de laboratório de análises clínicas, já tinha a resposta... (Waldyr Senna é o mais antigo e categorizado analista de política em Montes Claros. Durante décadas, assinou a ´Coluna do Secretário´, n ´O Jornal de M. Claros´, publicação antológica que editava na companhia de Oswaldo Antunes. É mestre reverenciado de uma geração de jornalistas mineiros, com vasto conhecimento de política e da história política contemporânea do Brasil)

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