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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 5 de novembro de 2024
 

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Mensagem: Nossos infortúnios Manoel Hygino - Jornal Hoje em Dia Medito. Sobre fatos e números. No segundo dia de setembro ainda não primaveril, li a estatística da gripe suína. Não fica bem a denominação. Influenza A1N1 cai melhor. E até aquela data, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde, subira para 22 o número de mortos pela enfermidade em Minas. Em contraposição, em minha querida cidade natal, até então, neste ano, se tinham registrado de 49 homicídios. Em um deles, como acontece mui comumente, a vítima e o assassino eram jovens. Aquela, comerciante, 21 anos; o segundo ex-presidiário, 22 anos, desocupado. São problemas graves, que o brasileiro sente e continuará sentindo, porque não são de fácil e definitiva solução. Para ambos, poder-se-ia admitir o que declarou o médico Nilton Cavalcante, do Instituto Emílio Ribas, de São Paulo, ao registrar que a gripe suína irá circular por muito tempo no Brasil. E a violência também, digo. As medidas finalmente tomadas pelo poder público nos dois casos darão resultado. As ocorrências devem diminuir (as da suína), depois voltam a aumentar, e nós teremos que aprender a ´lidar com a doença´. Eu passaria ao plural a palavra final. Vejamos o seguinte: Os casos do H1N1 estão aumentando entre crianças com idades de 5 a 14 anos, já representando 12% dos infectados no Brasil. São grupos mais suscetíveis à nova gripe do que a sazonal. Também quanto à violência, o fenômeno se repete, embora eu não tenha à mão, agora, estatísticas. A doença, o crime, a inflação, a corrupção exigem eterna vigilância. Eles estão latentes em todas as sociedades, não permitindo que se descure. A profilaxia é o melhor remédio, mas não pode abandonar a terapêutica. A leitura dos jornais leva à conclusão de que esses temas se incluem entre os que mais interessam à sociedade, ela hoje com mais consciência de deveres e de direitos. A luta contra esses males há de ser mantida, para que eles não se agravem, por aprofundamento e ampliação. Procuro dar uma síntese do que acontece. No que tange à suína, a diretora da Organização Mundial de Saúde, Margaret Chan, afirma que 60% das mortes são em pessoas com problema de saúde, e os 40% restantes correspondem a jovens adultos saudáveis. Observa: ´Este vírus viaja em uma velocidade incrível, inédita. Em seis semana, percorreu a mesma distância que outros vírus em seis meses´. No Brasil, em que se acomoda rapidamente às circunstâncias, vê-se que as pessoas não temem mais a H1N1 como nos primeiros dias. Constitui um grave erro. Agora mesmo, médicos relatam uma forma severa da gripe suína, que vai direto aos pulmões, causando doença grave e exigindo tratamento hospitalar de alto custo. O alerta é sério. No Brasil, já temos problemas demais, e sérios, na área de saúde. Não se permitirá que a acomodação nos leve a novos impactos neste campo. A própria OMS registrou, há pouco, que alguns países apresentam 15% de pacientes infectados e que precisam de cuidado hospitalar. ´São vidas que dependem de cuidado altamente especializado em unidades de tratamento intensivo, em geral com permanências longas e caras´. Nós sabemos o drama que são os CTIs no Brasil, seu alto custo em equipamentos e manutenção. Já se falou em gripe e violência, tocou-se de leve em inflação e corrupção. Mas, nesta hora de euforia com relação à economia, há de atentar-se também, porque já se trata euforicamente o assunto. A depressão terminou, dizem autoridades, que antes afirmavam que ela inexistia. Pois bem. O antigo presidente do ´Federal Reserve´, o Banco Central dos Estados Unidos, Alan Greenspan, já anunciou que o mundo sofrerá outra crise financeira. Ela virá como uma reação a um longo período de prosperidade. É indispensável alertar. Não há felicidade para sempre. Pelo contrário, ela costuma ser curta. Há muito, porém, a se fazer para que os males não ocorram ou não sejam duradouros.

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