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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 5 de novembro de 2024
 

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Mensagem: SEGUNDA VIAGEM AO PURGATÓRIO Nessa segunda viagem que fiz ao Purgatório fiquei sabendo que: quase todo mundo pensa em passar a eternidade “comendo molinho no paraíso!” O guia me apresentou o próprio Gonçalves Figueira, nosso desbravador e pai e me mostrou uma turma que conversava animadamente em um jardim rococó. Meu padrinho de batismo Deba de Freitas balançando a sua pança cheia de franguinho caipira conversava com Artur da Geléia e o botequineiro Tiano Nunes que continua vendendo pastel recheado de vento quente e emprestando dinheiro a juros módicos. Logo mais passa o comerciante Oscar Gabriel (sem o seu Cadilac Rabo-de-Peixe) e de braços dados com Analinha. Coronel Coelho ria da piada rouca e impune contada por Altininho e observavam Dimas e o Tenente Pimenta bancando jogo de bicho. Genaro Barreto vendia pacotes de cigarros Columbia e o Tenente Piloto passava com a sua charanga com o seu inconfundível toque marcial. Escutei umas gaitadas e fui ver. Eram o cabeceira Walduck Wanderley (que me perguntou como ia passando o seu amigo Augustão Bala Doce aqui na terra) e Sinval Amorim se acabando de rir de mais uma tirada do cavaleiro da verve, Zé Amorim. De longe vi o bigode de Deca Rocha que conversava animadamente com seu amigo Dim Pimenta. Num canto, Rosalvo Lessa tremia e morria de medo de encontrar a alma de Carmem Miranda. Nas margens do rio Estígio, lá estava Sabú ensinando natação às almas novas e preparando uma mesa de carteado para uns patos barrufados. Perguntei ao guardião por Hermes de Paula, pai da minha amiga Virgínia e, fui informado que o mesmo se encontrava no Quarto Céu, juntamente com outros historiadores dentre os quais, me disseram, estava Ciro dos Anjos, Nelson Viana e Olinto Silveira. Vi Ducho Mendes tocando bandolim com algumas almas e Roque Barreto batendo o seu tambor ao ritmo de carnaval. Minha Tia Preta como sempre vestindo saia tipo Garota do Alceu, usando brincos de coco e ouro e dançando bolero com o barão Ururaí Filpi. No final da tarde fui a uma festa de santo na casa de Malaquias Pimenta, no Roxo Verde de lá. Senti o aroma de fumo inglês e era o meu amigo Walter Lins que pitava cachimbo com Benjamin da Anglo. Negociavam uma boiada de primeira. Jabur jogava uma partida de sinuca com Augustão da Sinuca, Lucídio Cutelo, Arnaldo Rocha, Criolo e a alma de Geraldo Monte Azul que fora trazida enquanto ele ainda dormia reafirmando assim o dito de que: “quem é do beco só aspira ao beco!” Salvador Rabib Perez aplicava ventosa quente no lombo de um caboclo que chiava que nem roda de carro de boi. Apanhei o cavalo Fenomenal de Pedrim de Araujo para ir ao local onde ficava os barra pesadas. Faziam barulho como um poço de Kipling. Lá o maior auê de Negão da Titia, Zé do Bode, Janjo, Pererinha e Nobresa e outros mais que não decantarei os nomes. Se decantar as famílias enciumadas darão o maior pití curraleiro e podem até cometer o Haraquiri Baiano! Em um canto alegre, Nilsinho, Jasmim, Requebra e Leopoldo Cozinheiro. Zé Saruê vendendo doses de amargosa e Joaquim Vermelho negociando carteiras de habilitação para a ida de otários aos céus (da boca da onça). E Emmanuel Pinto (171 e Pai de Santo) vendendo revólver 38 e encomendando uma firmação “a quem interessar possa”... O encarregado do babado me mostrou vários conterrâneos que logo mais seriam mandados para baixo! Irão se estrepar no tridente de Dite, o maior ferrabrás do pedaço...

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