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Mensagem: Tremor de terra é causado por explosões de mineradoras em Montes Claros - Girleno Alencar - A Comissão Municipal de Defesa Civil constatou que os tremores de terra registrados em Montes Claros, no sábado e na segunda-feira, foram causados por explosões feitas pela Mineradora Pavisan, que explora uma jazida na BR-135, na saída para Januária. Na última terça-feira, o coordenador do órgão, Mádson Malveira, esteve na empresa, onde recebeu o Plano de Fogos e verificou que as explosões com dinamite ocorreram nos mesmos horários em que o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) registrou os dois últimos abalos no município. As quatro mineradoras da cidade assumiram o compromisso de comunicar, com 24 horas de antecedência, quando farão as explosões, para municiar os registros dos dados. Em janeiro, o observatório da UnB, localizado a 600 quilômetros de Montes Claros, admitiu a possibilidade de que pedreiras seriam causadoras de tremores de terra em Montes Claros e pediu que fossem realizados estudos nas empresas. Mádson Malveira afirma que, depois de receber o relatório sobre os novos tremores de terra, procurou as mineradoras para pedir informações sobre explosões. Com base em dados como latitude e longitude, chegou à conclusão que os horários das explosões na Pavisan e dos abalos sísmicos eram coincidentes. “Isso dá tranquilidade pois agora se sabe a origem dos tremores. Estamos aguardando os relatórios das explosões de cada mineradora, para verificar se há coincidência de horários. Vamos encaminhá-los para o Observatório Sismológico da UnB”, alega Malveira. Relatórios do observatório da UnB apontam que, no último sábado, por volta das 15 horas, foi registrado tremor de terra de 2,1 graus na Escala Richter; e na segunda-feira, às 17 horas, ocorreu outro, de 1,9 grau. Com base nos dados da Defesa Civil, o observatório incluiu, no informe técnico, que a causa dos abalos seria explosões em pedreiras. Deste 15 de dezembro de 2008, já foram registrados oito tremores de terra em Montes Claros, variando de 1,3 a 2,4 graus na Escala Richter. No Informe Técnico Científico da Atividade Sísmica de Montes Claros sobre o abalo ocorrido em 15 de janeiro, de 2,2 graus, os técnicos da UnB George Sand França, Daniel Caixeta, Kate de Souza e Cristiano Chimpliganond citam que “o primeiro tremor de terra registrado no município foi em 1978, e o primeiro surto de sismicidade, em 1995, entre os dias 27 e 28 de agosto, com máxima magnitude de 3,7 na Escala Richter. Em 1999, ocorreu outro tremor com magnitude determinada em 3,5”. Os técnicos informam ainda, no relatório, que “a atividade sísmica, até este momento, não apresenta risco para a população nem produz danos estruturais, devido aos sismos apresentarem magnitudes com valores baixos. Embora a probabilidade de acontecer um terremoto seja muito pequena, as consequências de um evento de maior magnitude poderiam ser muito sérias, principalmente em construções precárias”. Por isso, eles sugeriram uma vistoria nos bairros afetados, para verificar se houve danos; a criação de um curso de formação em terremotos para professores dos ensinos médio e fundamental, em Montes Claros; e a avaliação dos planos de fogos em pedreiras e minas nas proximidades do município.

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