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montesclaros.com - Ano 25 - terça-feira, 16 de abril de 2024

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Efemérides - Nelson Vianna   
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Por Efemérides - Nelson Vianna - 16/4/2011 07:30:30
(Durante anos, o escritor e agrimensor Nelson Vianna, nascido em Curvelo e apaixonado por M. Claros, desde que aqui chegou, pesquisou a história da cidade. Foi a arquivos, jornais, revistas e livros, entrevistou pessoas, vasculhou correspondências – enfim, buscou em toda parte fontes que permitissem levantar a história do município de M. Claros. Conseguiu. Processou sua longa procura e publicou "Efemérides Montesclarenses", que cobrem o período de 1707 a 1962, revelando o que - neste período - aconteceu de mais importantes no cotidiano de nossas vidas. Nelson Vianna, apaixonado por M. Claros, reconhecido ao historiador Hermes de Paula, mais novo do que ele, mas seu auxiliar no trabalho, prestou - prestaram os dois, é preciso gritar isto - uma das mais notáveis contribuições à civilização dita montesclarina. Morreu sem ostentar riqueza material, mas o seu legado espiritual cresce a cada dia, embora ainda não seja suficientemente reverenciado. O tempo, sempre ele, também fará esta reparação. Republicar a resenha histórica pacientemente ajuntada pode ser um começo. Pelo calendário do dia, sairá publicado aqui, desde este 12 de janeiro de 2011, o que ele conseguiu desvendar no vasto tempo de 255 anos - entre 1707 e 1962, de uma Montes Claros nascente, criança e juvenil. Ajudará a cidade a se localizar. Talvez, a se achar. E haverá sempre um preito de gratidão a estes dois - Nelson Vianna e Hermes de Paula, e a muitos outros que, no silêncio, onde Deus fala aos Homens, recolhem o aplauso geral):

16 de abril

1849— Leopoldo Martins é nomeado para o cargo ae Professor Público do 2.° grau de Instrução Primária da Vila de Montes Claros de Formigas, por ato do Governo da Província.
1887 – Em resposta à portaria dirigida ao Diretor da fábrica de tecidos do Cedro, pertencente à firma Rodrigues, Soares, Bittencourt, Velloso e Cia., pedindo diversas informaçoes, o cel. Angelo de Quadros Bittecourt, que se achava na direção do referido estabelecimento fabril, envio ao Presidente da Província o seguinte ofício:
“Ilmo e Exmo. Sr.
Tenho a honra de acusar o recebimento da portaria de V. Excia. datada de 17 de fevereiro último, na qual exige que ministre a V. Excia. detalhadas informações a respeito da Fábrica de tecidos sob a minha direção, e das quais especialmente conste: 1.º, quais os produtos que prepara a Fábrica; 2.°, o motor empregado; 3.°, o número de empregados, com a designação de sexo e nacionalidades; 4.°, a produção anual e o seu valor; 5ª, a procedência da matéria prima; 6.º, a importância anual dos salários; 7º, o capital empregado; finalmente, pondera V. Excia. que, no caso haver qualquer obstáculo que perturbe a indústria fabril de que se trata, eu indique os meios que parerem mais eficazes para destruir—se o mal, a fim de que o Exmo. Govêrno possa tomar as medidas ao seu alcance.
“Em resposta e, com prazer, satisfazendo quanto V. Excia. exige, tenho a informar: 1.º, que esta Fábrica produz tecidos simples e trançados brancos, mesclados e pardos, todos de algodão; 2º, que o maior emprêgo é a água, com fôrça aproximadamente de 70 cavalos; 3º, que funcionam na Fábrica cêrca de 93 empregados, todos brasileiros, exceção do maquinista, que é inglês, sendo 20 homens e todos os mais do sexo feminino, entrando neste número muitas môças órfãs desvalidas, como entre os empregados encontram-se ingênuos (*), tendo esta diretoria dado preferencia a estas duas classes, com o fim de protegê-las: 4º, que a produção anual é de 360. 000 metros dos diferentes tecidos, a qual tende a crescer, e o custo de cada metro é de 280 réis aproximadamente; 5º, que a matéria prima que se transforma na Fábrica, isto é, o algodão, é a mor parte produzida no próprio município desta cidade, importando-se porém parte da província da Bahia, êste algodão a 2$000, comprado em rama, sendo branco, e o algodão a 2$500; sendo, porém, comprado em lã, custa de 9
a 10$000 por arroba de 15 quilogramas.; 6.°, que os salários dos empregados que vencem diárias, importam, anualmente, em cêrca de 10:800$000 além do sustento, pode custar à razão de 150 réis, para cada pessoa, um dia. Além disto, os ordenados do Diretor, Guaarda livros e Maquinista importam em 9:300$000; 7º, o capital sobrescrito para a fundação da Fábrica de 147: 600$000, que a princípio fôra calculado em 150:000$000, constante da escritura do contrato, foi registrado no Tribunal do Comércio da Cõrte, mas que se reduziu à quantia dita, por falta de entrada de alguns sócios. Além dêste capital, a sociedade contraiu empréstimos com os quais ainda luta. “Vem aqui a propósito fazer resumidamente a história da sociedade.
“Diversos habitantes dêste município e do Grão de Mogol, vizinho, notando que, apesar da uberdade do solo, os lavradores iam-se considerávelmente atrasando, e que, com a queda da lavoura, caía o comércio, e se definhavam outras indústrias exercidas no lugar, trataram de estudar as causas do mal, e viriá que as dificuldades e preços altos dos transportes produtos agrícolas faziam que o lavrador pouco produzisse além daquilo que era necessário para sua sustentação, entretanto tinha de se vestir caro, porque os preços das fazendas vindas do estrangeiro, e principalmente o algodão, sobrecarregado com o imposto aduaneiro, com as taxas itinerárias e elevados preços dos transportes eram caríssimos. Estava, pois, o lavrador sertanejo, fora das leis econômicas, porque as as suas terras e o seu trabalho, à falta de meios de transporte dos produtos, não representavam capital ou representavam em preço muito baixo. Portanto a fundação de uma emprêsa filiatória e de tecidos não
só vinha evitar a importação dos tecidos de algodão, vindos de fora, por preços altos, como animar a cultura do algodoeiro, dando assim emprêgo a um grande número de braços, que existiam em quase completa ociosidade, e vinham também fazer que o trabalho do lavrador, bem como os terrenos que lavrasse, tivessem econômicamente e devida representação. Mas era ndispensável que os capitais fôssem levantados com os lucros imediatos, com alguma timidez retraiam-se; veio, porém, a lei provincial n.° 2389, de 13 de outubro de 1877 animá-los, garantindo juros sobre um capital não excedente a 250:000$000, para a fundação na Freguezia de Montes Claros de uma fábrica de tecidos. Calculou-se, segundo as fôrças do lugar, com a subscrição do capital de 150:000$000, caculou-se também poder-se contrair um empréstimo, com juros módicos, até 100:000$000 e tratou-se de fundar a emprêsa, por um contrato com a firma constante dos nossos estatutos. Com mil dificuldades lutou a emprêsa, porquanto, além de ser feita a compra das máquinas nos Estados Unidos, com o câmbio a 18, deu-se o fato de se perderem muitas peças no transporte feito em ajoujos (embarcação constituída de duas a quatro canoas emparelhadas e jungidas entre si, para transporte de carga), pelo Rio das Velhas, vindo a aquisição de novas peças a elevar o custo da Fábrica, e a sua falta paralisar a inauguração por cêrca de um ano. A êste mau sucesso e a outros, devido à falta de experiência dos fundadores da Fábrica, se deve o nao estar ela em estado de prosperidade, por lutar com um passivo de mais de 100:000$000, a juros. “Os juros garantidos pila citada lei provincial, apesar das disposições expressas em leis posteriores do orçamento, não foram pagos, ficando assim iludida a boa fé dos capitalistas e sócios da emprêsa, razão pela qual ela não tem podido aumentar o número de iáquinas, melhorar os produtos, e dar lugar a emprêgo e maior número de pessoas desvalidas, com o que certamente lucraria a província. Entretanto, se esta, ficando exonerada dos juros com que devia ter coneorrido, fizer à emprêsa sob a hipoteca da Fábrica, o empréstimo da quantia de 100;000$000, com juros módicos, e com amortização gradual e anual, a emprêsa não só ficará sem o pêso do passivo que a oprime, como melhorará extraordinariamente, crescendo com a sua prosperidade a lavoura e o comércio, e guintemente, a renda pública.
“Prevaleço-me da ocasião para fazer a V. Excia. os meus protestos de estima e consideração.
“Deus guarde a V. Excia. llmo, e Exmo. Sr. Dr.. Carlos Augusto de Oliveira Figueiredo, D.D. Presidente da Província de Minas Gerais.
“Fábrica de Montes Claros, 16 de abril de 1887. “Ângelo de Quadros Bittencourt —-- Diretor”.
1899 — Sai o primeiro número de “A Lucta”, quinzenário crítico, humorístico e literário, de pequeno formato impresso na tipografia do “Montes Claros”, tendo como Redator Hermenegildo Tito Prates e Gerente José Rodrigues Prates Júnior. Propunha-se a combater atos de iniqüidades e de injustiças, decorentes do partidarismo político. Deu 15 números até 4 de março de 1900, quando aumentou o formato, ao entrar Honor Sarmento para a redação da fôlha. Na segunda fase, “A Lucta” só existiu um ano.
1906 — Chega pela primeira vez a Montes Claros o cônego Maurício Gaspar, em companhia do industrial cel. João Martins da Silva Maia.
1920 — Nasce em Sete Lagoas, Minas, o dr. Sylvio Edson de Freitas, filho de Sulfumiro de Freitas e dona Elvira Teixeira de Freitas. Fêz os cursos primário e secundário em sua terra natal, diplomando-se em odontologia a 15 de dezembro de 1943. Mantém comércio de drogas na cidsade de Montes Claros onde foi Secretário do Rotary Clube desta cidade, no período de 1961 a 1962.
1929 — Falece José dos Santos de Andrade Câmara. Nasceu em Montes Claros, filho de Leolino de Andrade Câmara e dona Christina Vitalina dos Santos. Quando estudante em Belo Horizonte, colaborou em diversos jornais e revistas da Capital mineird. Inteligência viva bastante culto, era um verdadeiro artista na arte da caricatura, apanhando com rara felicidade os traços mais em destaque da pessoa visada.
1932 - A “Gazeta do Norte” desta data noticia que foi novamente elevado à categoria de Centro de Saúde o Posto de Higiene Municipal de Montes Claros, sendo o dr. Waldemar Versiani dos Anjos nomeado para seu Diretor.
1938 - Falece dona Etelvina Leme de Araújo. Era espôsa de José Fernandes de Araújo, antigo comerciante na cidade de Montes Claros e fundador do bairro do RoxoVerde.
1961 – A “Gazeta do Norte” desta data noticia que, em uma reunião levada a efeito na Associação Comercial e Industrial de Montes Claos o Corpo de Bombeiros de Montes Claros, ficando afeto ao 10º B.I. o problema da disciplinação dos homens necessários ao empreendimento, bem como a providência para a aquisição do equipamento, que será nôvo e financiado pela Associação Comercial e pela Prefeitura locais.




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